Os países que participaram na conferência para apoiar a Síria comprometeram-se esta segunda-feira com 5,8 mil milhões de euros, menos do que o compromisso feito anteriormente, por falta de contribuição dos Estados Unidos.
“Comprometemo-nos com um total de 5,8 mil milhões de euros, 4,2 mil milhões de euros em doações e 1,6 mil milhões de euros em empréstimos”, anunciou a comissária europeia responsável pelo Mediterrâneo, Dubravka Suica, no final da conferência dedicada ao apoio ao país, em Bruxelas, capital da Bélgica e onde estão localizadas as principais instituições da União Europeia (UE).
A União Europeia promoveu hoje a sua nona conferência internacional de apoio à Síria, após a queda do regime sírio de al-Assad, para permitir a reconstrução do país.
O evento, que se realiza anualmente e este ano é marcado pelas mudanças no contexto geopolítico, visa reunir o apoio internacional para uma transição inclusiva na Síria, desde a assistência à recuperação socioeconómica.
Pela primeira vez, autoridades provisórias sírias foram convidadas para a ocasião, juntamente com representantes das Nações Unidas, dos Estados vizinhos da Síria e de outros parceiros regionais.
A conferência realiza-se numa altura em que a situação na Síria continua frágil, dados os recentes atos de violência contra civis e os ataques contra as forças de segurança, contexto que será também abordado.
Após quase 14 anos de guerra na Síria, grupos armados liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS) – anteriormente afiliada ao grupo terrorista Al-Qaida – tomaram Damasco em 08 de dezembro e depuseram o Presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.
O novo líder na Síria é Ahmed al-Charaa, que comanda o grupo HTS.
Desde 2011, a UE e os seus Estados-membros — os principais doadores de ajuda a nível mundial — mobilizaram cerca de 37 mil milhões de euros em ajuda humanitária, ao desenvolvimento, à economia e à estabilização da crise síria.
Estima-se que os anos de conflito na Síria tenham levado à deslocação de cerca de metade da população, tanto dentro como fora do país, e que o número de pessoas que necessitam de assistência humanitária tenha chegado aos 16,7 milhões de pessoas em 2024, um máximo histórico desde o início da crise em 2011.
Fonte: Dn