Representantes da Invest Oman, agência de promoção de investimentos de Omã, da Autoridade Pública para Zonas Econômicas Especiais e Zonas Francas (Opaz) e do Sohar International Bank apresentaram oportunidades de investimento a empresas brasileiras que desejam atuar no país do Golfo nesta terça-feira (4) na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo. Os executivos do país árabe compartilharam o plano de diversificação econômica Visão 2040 e indicaram em quais setores há mais oportunidades.
Embaixador de Omã em Brasília, Abdulghaffar Al Bulushi afirmou que há potencial de negócios em mineração, turismo, alimentos e logística em uma tentativa de fortalecer o comércio entre os dois países. “As oportunidades estão aqui e as portas estão abertas”, anunciou a partir de uma participação online da embaixada.
De acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) organizados pela Câmara Árabe, até setembro deste ano o Brasil exportou US$ 908,1 milhões a Omã, principalmente em minério de ferro. Houve uma queda de 1,2% em comparação com o mesmo período de 2024. Na mesma comparação, foram importados US$ 466,8 milhões, em baixa de 20,4%. Os principais produtos importados foram fertilizantes e derivados de petróleo.
A Invest Oman apresentou investimentos que o país está fazendo no setor aeroportuário, portuário e em zonas francas, além de detalhar o plano Visão 2040, que busca promover o desenvolvimento em quatro eixos: pessoas e sociedade; econômico; governança; e sustentabilidade. O objetivo é diversificar uma economia ainda concentrada na produção de derivados de petróleo e fertilizantes.
Para isso, o país do Golfo está investindo em transição energética, com projetos de hidrogênio verde, por exemplo, e no turismo: o objetivo é receber 11 milhões de visitantes em 2040. No ano passado, foram 3,8 milhões. A população do país é de 5,2 milhões de habitantes.
À ANBA, a chefe de Desenvolvimento de Negócios da Invest Oman e líder da delegação que está em São Paulo, Ulla Al-Sulaimani, afirmou que seu país vê o Brasil como “um parceiro estratégico”. Sobre os setores de alimentação, logística e mineração, afirmou: “Todos estes setores são muito grandes no Brasil, e gostaríamos de transferir parte deste investimento e experiência para Omã. Para tal, vislumbramos uma parceria de longo prazo”, disse.
Ela afirmou que o país está “trabalhando duro e investindo muito dinheiro” em logística e que, por isso, poderá ser um parceiro para os exportadores brasileiros enviarem seus produtos para lá e, de lá, reexportarem para diversos países.
Produtos financeiros sob medida em Omã
Também à ANBA, o chefe de Instrumentos Financeiros do Sohar Internacional Bank, Mohammed Ali Al Mulla afirmou que as empresas brasileiras podem encontrar em Omã um destino para seus produtos, mas, principalmente, um centro de reexportação para um mercado de dois bilhões de pessoas na Ásia. E disse que os produtos financeiros disponíveis são diversos. “Eles podem ser adequados à necessidade de cada indústria”, afirmou. “Podemos proporcionar facilidade de [acesso a] crédito conforme as empresas precisarem”, disse.
Diversas empresas brasileiras participaram do encontro. Entre elas, a mineradora Vale, que desde 2007 tem uma unidade de produção na zona franca e portuária de Sohar. Diretor de Desenvolvimento dos projetos de mega hubs da Vale, Sergio Fernandes falou sobre a longa presença da empresa em Omã e dos projetos de expansão em 2022 e 2024. “Nossa história em Omã não é sobre produção. É sobre inovação e compartimento de visão para o futuro”, definiu.
Para Ulla, a presença da Vale em Omã mostra que as empresas brasileiras podem ter sucesso no país. Em sua apresentação, a Invest Oman apresentou também benefícios fiscais, como impostos reduzidos para empresas e isenção de impostos de renda a pessoas físicas até 2027, redução de impostos para a compra de máquinas e matérias-primas e visto de moradia de 10 anos para investidores e seus familiares.
Depois o encontro, a delegação de Omã participaram de um almoço na Câmara Árabe e terá, no decorrer da semana, uma agenda de visitas a companhias brasileiras. Estiveram no encontro, a Vale, empresas de alimentos, setor químico, financeiras e de investimentos, infraestrutura, Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Da Câmara Árabe participaram o presidente, William Adib Dib Junior, o vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral, Mohamad Orra Mourad, a vice-presidente de Marketing, Silvia Antibas, e a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar. Dib afirmou que Omã busca negócios no Brasil e o encontro foi uma chance para as empresas apresentarem seus produtos. “Omã é mais perto do que parece e oferece diversas oportunidades. Apresentaram, entre outras, oportunidades no turismo”, observou
Fonte: ANBA/ Marcos Carrieri
anba.com.br/oma-busca-investimentos-no-brasil/





































































