A China está em uma transição de seu modelo de desenvolvimento, adotando uma abordagem mais voltada para o mercado interno e para o crescimento do consumo de serviços, sem descuidar dos investimentos e das exportações líquidas, afirmou o economista brasileiro Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG.
Em entrevista à Xinhua, o também pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) destacou que a mudança estrutural na economia chinesa abre uma ampla gama de oportunidades não apenas para o Brasil e a América Latina, mas também para todos os países que mantêm relações comerciais com essa nação asiática.
A forma como fazemos negócios com a China está evoluindo (…) Seu tamanho e demanda a tornam um ator-chave com infinitas possibilidades em comércio, investimento e financiamento, afirmou.
Ribeiro, um dos principais especialistas em economia chinesa no Brasil, também ressaltou o papel fundamental da China em discussões geopolíticas e na promoção de um novo modelo de desenvolvimento que se distingue do tradicional ocidental.
Seu modelo de desenvolvimento difere do ocidental e tem importantes implicações para seus parceiros comerciais, comentou.
Em sua opinião, em termos históricos, os países do Sul Global estiveram fortemente conectados aos Estados Unidos e à Europa, embora isso tenha começado a mudar após a crise econômica e financeira no período de 2008-2009.
Nesse contexto, a China se tornou uma alternativa viável e uma opção cada vez mais clara para os países em desenvolvimento, destacou ele.
Além disso, Ribeiro enfatizou as características econômicas e geoeconômicas da China, dizendo que a enorme capacidade de investimento e o forte respaldo estatal às empresas fazem com que seu modelo de desenvolvimento seja altamente eficiente.
Sobre a relação sino-americana, o especialista brasileiro observou que China e Estados Unidos são enormes atores econômicos que dependem um do outro.
Ninguém pode se dar ao luxo de ignorar o outro, por isso devem se sentar para negociar e definir seus objetivos, ambições e limites para seus respectivos projetos econômicos e comerciais, concluiu Ribeiro.
Fonte: PortugueseNews