A 2ª mostra Mulheres Mágicas: Reinvenções da bruxa no cinema retorna ao CCBB Brasília entre os dias 26 de março e 21 de abril de 2024. A nova edição do bem-sucedido projeto investiga como a figura da bruxa foi construída ao longo da história do cinema.
A curadoria de Carla Italiano, Juliana Gusman e Tatiana Mitre mergulha nessa personagem tão popular e complexa com filmes de várias épocas, países e modos de realização. São diferentes formas de representação dos corpos e saberes femininos em imagem.
As curadoras selecionaram obras bastante diversas que foram divididas em dois eixos: o primeiro revisita o imaginário clássico das bruxas, enquanto o segundo apresenta suas reinvenções contemporâneas, com destaque para trabalhos de cineastas mulheres e perspectivas feministas, anticoloniais e do Sul Global. As exibições acompanham catálogo, debates e uma oficina gratuita.
A programação vai exibir 27 filmes de diferentes períodos e gêneros, entre ficção, documentário, experimental e performance. São títulos da Alemanha, França, Japão, México, Nigéria, Reino Unido, Rússia, Estados Unidos, Brasil e outros. “Mais do que selecionar quais filmes exibir, um dos principais desafios da programação foi escolher quais deixar de fora. Foram muitas as produções importantes que abordaram a personagem da bruxa, e apresentamos aqui uma amostragem significativa, que não se pretende completa, de suas formas e contextos de realização”, revelam as curadoras.
No primeiro eixo da mostra, intitulado Lado A – “A bruxa através dos tempos: imagens clássicas”, são apresentados os principais tropos que formam os arquétipos das bruxas no cinema, às vezes tomadas como símbolos de sedução, outras, como encarnações da monstruosidade. Para além das abordagens da comédia romântica e do horror, também se destacam obras que exploram os processos históricos de caça às bruxas.
Já no Lado B – “Bruxas contemporâneas: corpos indomáveis, saberes ancestrais”, há os contrapontos de reinvenção dessa figura engendrados, sobretudo, por cineastas mulheres – a programação traz nomes importantes do cinema feminista como Su Friedrich, Ulrike Ottinger, Zeinabu irene Davis e Céline Sciamma. Este eixo se volta para sujeitos que encarnam o perigo dos tempos em produções realizadas especialmente nas últimas três décadas, que expandem a ideia de mulheres mágicas.
Sobre a Mostra “Mulheres Mágicas – Reinvenções da bruxa no cinema”:
A primeira edição da Mostra Mulheres Mágicas foi realizada em 2022, em formato híbrido, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (9-20 de março | 27 de março), São Paulo (11-28 de março) e Rio de Janeiro (13 de abril – 9 de maio). As exibições presenciais acompanharam um ciclo de sete debates temáticos gratuitos e quatro sessões comentadas, disponibilizados no canal Youtube, com importantes convidadas(os) nacionais e internacionais. A mostra também contou com uma masterclass ministrada pela historiadora italiana Silvia Federici, cujo trabalho inspirou a sua criação. Todas essas atividades resultaram na criação de um catálogo, que reuniu artigos e ensaios que abraçaram e adensaram as discussões suscitadas pelos filmes.
Debates e Oficina:
A 2ª Mostra Mulheres Mágicas: Reinvenções da bruxa no cinema vai realizar debates temáticos presenciais com convidadas de relevância nacional e internacional. O CCBB Brasília vai receber dois debates, um deles em uma sessão infantil.
No dia 26 de março (terça), às 19h, acontece a sessão de abertura com a exibição do filme “A bruxa”, de Robert Eggers, seguida da apresentação de Carla Italiano, curadora da mostra.
Em 06 de abril (sábado), às 17h30, ocorre a exibição de “Medusa”, de Anita Rocha da Silveira, com debate com a professora Mariana Souto, da Universidade de Brasília, com mediação da curadora Juliana Gusman.
Em 13 de abril (sábado), às 14h, acontece a Oficina “Filmem a bruxa! A tradição do mal feminino no cinema de horror”, ministrada por Gabriela Müller Larocca, com tradução em LIBRAS. A oficina temática é gratuita, com inscrições prévias, cujas informações serão divulgadas através do site e das redes sociais Facebook, Instagram e Twitter @mostramulheresmagicas.
No dia 18 de abril (quinta), às 14h30, é a vez da sessão infantil, com exibição de “A fada do repolho”, da cineasta pioneira Alice Guy, e do clássico “A Branca de Neve e os Sete Anões”. Seguido de debate com a presença de Tatiana Mitre.
Também no dia 18 de abril, às 19h, será exibida “Medusa”, de Anita Rocha da Silveira com tradução em LIBRAS.
Sobre Mariana Souto:
Mariana Souto é professora da UnB. Realizou dois pós-doutorados (bolsas FAPESP e Capes) na ECA-USP, sob supervisão de Ismail Xavier. Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, com prêmio de Melhor Tese na área de Comunicação e Informação (2017). Mestre pela UFMG. Foi professora substituta da UFMG, professora da PUC-MG e da UNA. Foi curadora do Janela Internacional de cinema de Recife, do Festival Internacional de Curtas de BH, da mostra Corpo e cinema (Caixa cultural) e do Cineclube Comum. Diretora de arte de Quintal (André Novais, exibido em Cannes e premiado em diversos festivais) entre vários outros filmes. Integrou os grupos de pesquisa História e Audiovisual (coordenado por Eduardo Morettin) e Poéticas da Experiência (coordenado por César Guimarães e André Brasil). Autora do livro Infiltrados e invasores – uma perspectiva comparada sobre relações de classe no cinema brasileiro (2019).
Sobre Gabriela Larocca:
Gabriela Larocca é historiadora, pesquisadora de cinema de horror, produtora de conteúdo, tradutora e podcaster. Doutora em História pela Universidade Federal do Paraná com pesquisa sobre a tradição do Mal Feminino e da mulher-bruxa em filmes de horror da década de 1960. Especialista em representação feminina, bruxaria e uso do gênero cinematográfico de horror como fonte histórica. É autora da dissertação de mestrado “O Corpo Feminino no Cinema de Horror: Gênero e Sexualidade nos filmes Carrie, Halloween e Sexta-Feira 13 (1970 – 1980)” e da tese “Do Malleus Maleficarum ao cinema de horror: a tradição do Mal feminino e da mulher-bruxa em filmes da década de 1960”. Integra a equipe do site e podcast República do Medo.
Sobre as curadoras:
Carla Italiano atua como pesquisadora e curadora, sendo doutoranda em Comunicação Social pela UFMG. Integra anualmente a equipe de programação dos festivais: Olhar de Cinema de Curitiba e FENDA – Festival Experimental de Artes Fílmicas, e a organização geral do forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte. Foi curadora de diversas mostras, incluindo: “El Camino – Cinema de viagem da América do Sul” (CCBB, 2023) e “Retrospectiva Helena Solberg” (CCBB, 2018), dentre várias outras, além do seminário 3º Na Real Virtual sobre documentário brasileiro. Foi uma das organizadoras do dossiê “Cinema e Escritas de Si” da Revista Devires – Cinema e Humanidades (FAFICH-UFMG).
Juliana Gusman é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da ECA-USP, onde pesquisa imagens da prostituição na cultura audiovisual. É membro dos grupos de pesquisa MidiAto (ECA-USP), Poéticas Femininas, Políticas Feministas (UFMG) e Mídia e Narrativa (PUC Minas). Atua como professora assistente da PUC Minas, nos cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Cinema e Audiovisual. É colaboradora da Plataforma de streaming Cardume Curtas. Como crítica de cinema, escreve para diversos veículos e portais especializados e para catálogos de mostras e festivais.
Tatiana Mitre graduou-se em Cinema e Vídeo pelo Centro Universitário UNA (2008) e pela Escola Internacional de Cinema e TV (EICTV) de San Antonio de los Baños – Cuba, na especialização de produção (2013). Pós-graduada em História da Cultura e da Arte pela UFMG (2009) e pesquisadora convidada pelo Departamento de cinema da Faculty of Fine Arts Concordia University – Montreal, Canadá (2015). Cineasta e produtora, se destaca pelo compromisso com o cinema autoral, produção de mostras temáticas e pela articulação de co-produções internacionais. Em paralelo, atua como produtora executiva junto a diversas produtoras do estado de MG. Sua dedicação à diversidade cultural e ao diálogo intercultural se reflete tanto em suas produções quanto em sua busca por narrativas que desafiam as fronteiras culturais e dialoguem com audiências globais.
Confira a programação diária completa:
26 de março – Terça
19h ABERTURA
A bruxa, de Robert Eggers (2015, 92 min, EUA) | 14 anos
*Apresentação da mostra pela curadora Carla Italiano
27 de março – Quarta
19h
Yaaba, de Idrissa Ouédraogo (1989, 90 min, Burkina Faso) | 12 anos
28 de março – Quinta
19h O espelho da bruxa, de Chano Urueta (1962, 75min, México) | 14 anos
29 de março – Sexta
18h Viy – O espírito do mal, de Konstantin Yershov e Georgi Kropachyov (1967, 77 min, Rússia) | 14 anos
19h45 Retrato de uma jovem em chamas, de Céline Sciamma (2019, 121 min, França) | 14 anos
30 de março – Sábado
17h30 A Paixão de Joana D’arc, de Carl Theodor Dreyer (1928, 82 min, França) | 12 anos
19h30 Curtas-metragens 1 | 16 anos
A mãe do rio, de Zeinabu irene Davis (1995, 28 min, EUA)
Abjetas 288, de Júlia da Costa, Renata Mourão (2020, 21 min, Brasil)
Para sempre condenadas, de Su Friedrich (1987, 41 min, EUA)
31 de março – Domingo
17h30 Casei-me com uma feiticeira, de René Clair (1942, 76 min, EUA) | 12 anos
2 de abril – Terça
19h A filha de Satã, de Sidney Hayers (1962, 90min, Reino Unido) | 14 anos
3 de abril – Quarta
19h Curtas-metragens 2 | 16 anos
Wil-o-Wisp, de Rachel Rose (2018, 10 min, EUA)
Simpósio Preto, de Katia Sepúlveda (2022, 26 min, Rep. Dominicana / Alemanha)
República do Mangue, de Julia Chacur, Mateus S. Duarte, Priscila Serejo (2020, 8 min, Brasil)
Cosas de Mujeres, de Rosa Martha Ferández (1978, 45 min, México)
4 de abril – Quinta
19h As feiticeiras de Salém, de Raymond Rouleau (1957, 157 min, França) | 14 anos
5 de abril – Sexta
18h O espelho da bruxa, de Chano Urueta (1962, 75min, México) | 14 anos
20h A Praga, de José Mojica Marins (2021, 70 min, Brasil) | 16 anos
6 de abril – Sábado
15h20 INFANTIL (dublado) | 10 anos
A fada do repolho, de Alice Guy (1896/1900, 1 min, França)
Malévola, de Robert Stromberg (2014, 97 min, EUA)
17h30 Medusa, de Anita Rocha da Silveira (2023, 128 min, Brasil) | 16 anos
*Seguido de debate com prof. Mariana Souto com mediação da curadora Juliana Gusman
7 de abril – Domingo
17h30 Curtas-metragens 3 | 14 anos
Rami Rami Kirani, de Lira Mawapai HuniKuin e Luciana Tira HuniKuin (2024, 34 min, Brasil)
Resiliência Tlacuache, de Naomi Rincón Gallardo (2019, 16 min, México)
Laocoonte e seus filhos, de Ulrike Ottinger e Tabea Blumeschein (1973, 45 min, Alemanha)
19h30 Mami Wata, de C. J. ‘Fiery’ Obasi (2022, 107 min, Nigéria) | 14 anos
9 de abril – Terça
19h Viy – O espírito do mal, de Konstantin Yershov e Georgi Kropachyov (1967, 77 min, Rússia) | 14 anos
10 de abril – Quarta
19h Casei-me com uma feiticeira, de René Clair (1942, 76 min, EUA) | 12 anos
11 de abril – Quinta
19h Curtas-metragens 1 | 16 anos
A mãe do rio, de Zeinabu irene Davis (1995, 28 min, EUA)
Abjetas 288, de Júlia da Costa, Renata Mourão (2020, 21 min, Brasil)
Para sempre condenadas, de Su Friedrich (1987, 41 min, EUA)
12 de abril – Sexta
18h Curtas-metragens 2 | 16 anos
Wil-o-Wisp, de Rachel Rose (2018, 10 min, EUA)
Simpósio Preto, de Katia Sepúlveda (2022, 26 min, Rep. Dominicana / Alemanha)
República do Mangue, de Julia Chacur, Mateus S. Duarte, Priscila Serejo (2020, 8 min, Brasil)
Cosas de Mujeres, de Rosa Martha Ferández (1978, 45 min, México)
20h Yaaba, de Idrissa Ouédraogo (1989, 90 min, Burkina Faso) | 12 anos
13 de abril – Sábado
14h Oficina gratuita
“Filmem a bruxa! A tradição do mal feminino no cinema de horror”, com Gabriela Muller Larocca [LIBRAS] | 12 anos
*Inscrições no site e redes sociais da mostra
18h30 A filha de Satã, de Sidney Hayers (1962, 90min, Reino Unido) | 14 anos
14 de abril – Domingo
17h15 Orlando, minha biografia política, de Paul B. Preciado (2022, 98 min, França) | 14 anos
19h30 A bruxa, de Robert Eggers (2015, 92 min, EUA) | 14 anos
16 de abril – Terça
19h Retrato de uma jovem em chamas, de Céline Sciamma (2019, 121 min, França) | 14 anos
17 de abril – Quarta
19h As feiticeiras de Salém, de Raymond Rouleau (1957, 157 min, França) | 14 anos
18 de abril – Quinta
14h30 INFANTIL (dublado) | Livre
A fada do repolho, de Alice Guy (1896/1900, 1 min, França)
Branca de neve e os sete anões (1937, 83 min, EUA)
*Seguido de debate com Tatiana Mitre
19h Medusa, de Anita Rocha da Silveira (2023, 128 min, Brasil) | 16 anos
[LIBRAS]
19 de abril – Sexta
18h A paixão de Joana D’arc, de Carl Theodor Dreyer (1928, 82 min, França) | 12 anos
20h Curtas-metragens 3 | 14 anos
Rami Rami Kirani, de Lira Mawapai HuniKuin e Luciana Tira HuniKuin (2024, 34 min, Brasil)
Resiliência Tlacuache, de Naomi Rincón Gallardo (2019, 16 min, México)
Laocoonte e seus filhos, de Ulrike Ottinger e Tabea Blumeschein (1973, 45 min, Alemanha)
20 de abril – Sábado
16h30 SESSÃO AO AR LIVRE Gratuita
O serviço de entregas da Kiki, de Hayao Miyazaki (1989, 103 min, Japão) | Livre
20h A Praga, de José Mojica Marins (2021, 70 min, Brasil) | 16 anos
21 de abril – Domingo
16h30 SESSÃO AO AR LIVRE Gratuita
Branca de neve e os sete anões (1937, 83 min) | Livre
ATIVIDADES FORMATIVAS
26 de março – Terça
19h A bruxa (2015, 92 min) | 14 anos
*Abertura da mostra com apresentação da curadora Carla Italiano
6 de abril – Sábado
17h30 Medusa (2023, 128 min)
*Seguida de debate com a prof. Mariana Souto com mediação da curadora Juliana Gusman
13 de abril – Sábado
14h Oficina gratuita: “Filmem a bruxa! A tradição do mal feminino no cinema de horror”, com a pesquisadora Gabriela Larocca [LIBRAS]
*Inscrições prévias. Informações no site e redes sociais
18 de abril – Quinta
14h30 Sessão infantil gratuita:
A fada do repolho (1896/1900, 1 min), Branca de neve e os sete anões (1937, 83 min) [LIBRAS]
*Seguida de debate com a coordenadora Tatiana Mitre
SINOPSES
A FADA DO REPOLHO
La fée aux choux
dir. Alice Guy (1896/1900, 1’, p&b, França, Ficção) | LIVRE
Considerado o primeiro filme dirigido por uma mulher e um dos primeiros de ficção narrativa na história do cinema, A fada do repolho apresenta um conto fantástico sobre uma fada que colhe bebês que brotam de pés de repolho.
A PAIXÃO DE JOANA D’ARC
La passion de Jeanne D’arc
dir. Carl Theodor Dreyer (1928, 82’, p&b, França, Ficção) | 12 anos
Um clássico do cinema mudo dirigido pelo dimarquês Carl T. Dreyer, o filme conta a história da guerreira adolescente no século XV na França. Ao ser julgada por alegar ter falado com Deus, Jeanne d’Arc (em uma interpretação sublime de Renée Falconetti) é submetida a um tratamento desumano e a táticas de intimidação nas mãos dos oficiais do tribunal da igreja. Pressionada a mudar a sua história, Jeanne opta pelo que considera ser a verdade e sofre as consequências de suas escolhas.
BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES
Snow white and the seven dwarfs
dir. David Hand, Perce Pearce, William Cottrell, Larry Morey, Wilfred Jackson e Ben Sharpsteen (1937, 83′, cor, EUA, Ficção) | LIVRE
O primeiro longa-metragem de animação produzido nos Estados Unidos, este clássico dos estúdios Walt Disney, baseado no conto dos Irmãos Grimm, transformou a história do cinema ao utilizar, pioneiramente, a técnica de desenho à mão. Branca de Neve é uma princesa órfã, que vive com sua malvada e vaidosa madrasta, que a obriga a trabalhar como criada no castelo. Quando seu Espelho Mágico diz que Branca de Neve havia lhe superado em beleza, a Rainha Má ordena que seu Caçador leve a princesa à floresta para matá-la, e exige, como prova, que ele lhe traga o seu coração. O Caçador, porém, não tem coragem de completar a tarefa, e implora que Branca de Neve fuja sem jamais olhar para trás. Depois de uma noite assustadora, a princesa consegue encontrar, com ajuda de bondosos animais, uma casa de campo, onde ela não sabe que vivem sete anões.
CASEI-ME COM UMA FEITICEIRA
I married a witch
dir. René Clair (1942, 76’, cor, EUA, Ficção) | 12 anos
Comédia dirigida pelo mestre francês René Clair e estrelada por Veronica Lake, e que serviria de inspiração para a série televisiva “A feiticeira”. Conta a história de Jennifer, uma bruxa queimada na fogueira pelo puritano Jonathan Wooley nos julgamentos de Salem. Antes de morrer, ela joga uma maldição em seu algoz: nenhum homem de sua família terá sorte no amor. Séculos depois, o espírito da bruxa desperta e ela vai em busca de um corpo para infernizar a vida de Wallace, descendente do responsável por levá-la à fogueira, e destruir o seu futuro casamento.
AS FEITICEIRAS DE SALEM
Les sorcières de Salem / The crucible
dir. Raymond Rouleau (1957) [145′, p&b, EUA/França, Ficção) | 14 anos
Primeira versão para o cinema da famosa peça “The Crucible”, de Arthur Miller. Nova Inglaterra, 1692. Na pequena cidade de Salem, o fazendeiro John Proctor (Yves Montand) trai sua esposa Elisabeth (em uma interpretação primorosa de Simone Signoret) por duas vezes com Abigail (Mylène Demongeot), a jovem serva de 17 anos. Quando John coloca um fim ao relacionamento, Abigail trama sua vingança.
O ESPELHO DA BRUXA
El espejo de la bruja
dir. Chano Urueta (1962, 76’, p&b, México, Ficção) | 14 anos
Com inspirações hitchcockianas, O espelho da bruxa é uma das obras mais representativas do cinema gótico do México. Dirigido por Chano Urueta e baseado no roteiro de um dos grandes mestre do terror mexicano, Carlos Enrique Taboada, o filme tem como protagonista Sara, uma governante adepta das artes da trevas, que revela à sua afilhada, Elena, o destino macabro que a aguarda com a ajuda de um espelho: Elena será assassinada pelo seu marido, o cirurgião Eduardo Ramos, que está apaixonado por outra mulher. Após não conseguir mudar a sorte de Elena, Sara se vinga ao apresentar o ocultismo à nova esposa de Eduardo, Debora.
A FILHA DE SATÃ
Night of the eagle/ Burn, witch, burn!
dir. Sidney Hayers (1962, 90’, p&b, Reino Unido, Ficção) | 14 anos
Norman Taylor (Peter Wyngarde) é um professor universitário bem-sucedido. Cético, ele descobre que sua esposa, Tansy (Janet Blair), pratica atos de bruxaria a fim de proteger a carreira do marido. Norman a obriga destruir todos os amuletos que estavam escondidos em sua casa. A partir de então, eventos misteriosos começam a assombrar o casal.
VIY – O ESPÍRITO DO MAL
dir. Konstantin Yershov e Georgi Kropachyov (1967, 77’, cor, Rússia, Ficção) | 14 anos
Clássico do cinema de horror soviético baseado na história homônima de Nikolai Gogol. O estudante de teologia Khoma Brutus é chamado para orar durante três noites pela alma de uma rica moça, morta em circunstâncias violentas, em um vilarejo pobre. No entanto, trata-se de uma bruxa sedenta de vingança, que invocará lobisomens, vampiros e outras criaturas do inferno para atormentar a vida do discípulo.
LAOCOONTE E SEUS FILHOS
Laokoon & Söhne
Ulrike Ottinger e Tabea Blumenschein (1973, 45’, cor, Alemanha, Experimental) | 14 anos
Livremente baseado em Orlando, de Virginia Woolf, o primeiro filme de Ulrike Ottinger, importante nome do cinema feminista, em parceria com a atriz Tabea Blumenschein, é um exercício surrealista que combina um turbilhão de imagens com uma narração divertida e caprichosa. Num país imaginário, habitado apenas por mulheres, Esmeralda del Rio realiza uma série de transformações, tornando-se várias outras pessoas, como uma viúva na tundra gelada, uma patinadora de gelo e até um gigolô chamado Jimmy. Uma mulher extraordinária, um país incomum e uma cadeia de transformações mágicas dão origem a uma série de representações excêntricas dessas diversas personagens.
COSAS DE MUJERES
dir. Rosa Martha Fernández (1978, 45’, p&b, México, Documentário) | 16 anos
Documentário militante realizado pelo importante grupo feminista mexicano Colectivo Cine Mujer, em atuação entre os anos 1970 e 1980. O filme denuncia o problema do aborto clandestino no México, com diversas entrevistas e estatísticas chocantes sobre mulheres que morrem em decorrência de procedimentos realizados em condições precárias. Ao investigar um tema tabu, especialmente no contexto da América Latina na década de 1970, o coletivo assumia o compromisso de levar pautas feministas fundamentais para um debate público e coletivo, e defender maior autonomia das mulheres sobre seus corpos e existências.
PARA SEMPRE CONDENADAS
Damned if you don’t
dir. Su Friedrich (1987, 41’, p&b, EUA, Ensaio) | 14 anos
Dirigido por Su Friedrich, figura inarredável do cinema vanguardista e queer estadunidense, Para sempre condenadas articula estruturas narrativas com a experimentação audiovisual para criar um estudo íntimo da expressão e da repressão sexual. Um convento é o cenário desta investigação, centrada em uma jovem lésbica e seu encontro com uma freira solitária. Arquivos e rastros de outras histórias vão se somando às experiências dessas duas mulheres.
O SERVIÇO DE ENTREGAS DA KIKI
Kiki’s Delivery Service
dir. Hayao Miyazaki (1989, 103′, cor, Japão) | Ficção
Nesta encantadora releitura dos contos de bruxas produzida pelos Estúdios Ghibli, a jovem Kiki, de 13 anos, muda-se para uma cidade litorânea com seu gato falante para passar um ano sozinha de acordo com a tradição para bruxas em treinamento. Após aprender a controlar sua vassoura, estabelece um serviço de correio voador e logo integra a comunidade. Mas quando a jovem bruxa perde suas habilidades, ela deve superar sua insegurança a fim de recuperar seus poderes.
YAABA
dir. Idrissa Ouédraogo (1995, 90’, cor, Burkina Faso, Ficção) | 12 anos
Vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes em 1989. Em uma pequena aldeia em Burkina Faso, Bila, um menino de dez anos, faz amizade com uma idosa chamada Sana, a quem todos chamam de “bruxa”, e que é ritualmente culpada por qualquer desastre que aconteça na comunidade. Mas o próprio garoto a chama de “Yaaba”, que significa “avó”, um termo carinhoso que Sana nunca tinha ouvido. Quando Napoko, prima do garoto, fica doente, Bila recorre a Sana para que ela faça um remédio para salvar a menina.
A MÃE DO RIO
Mother of the river
dir. Zeinabu irene Davis (1995, 28’, p&b, EUA, Ficção) | 12 anos
Nessa história comovente ambientada na década de 1850, da aclamada diretora afro-americana Zeinabu irene Davis, uma jovem escravizada faz amizade com uma mulher mágica na floresta chamada “Mãe do rio”. Por meio de sua amizade, a jovem aprende sobre independência, honra, humildade e respeito pelos outros. A mãe do rio é um raro retrato da escravidão sob a perspectiva de uma jovem mulher.
MALÉVOLA
Maleficent
dir. Robert Stromberg (2014, 97’, cor, EUA, Ficção) | 10 anos
Releitura do conto de fadas da Bela Adormecida do ponto de vista da vilã, a bruxa Malévola (interpretada por Angelina Jolie). Desde pequena, essa garota com chifres e asas mantém a paz entre os dois reinos, até se apaixonar pelo garoto Stefan, que eventualmente a abandona. A garota torna-se então uma mulher vingativa e amarga que decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora (Elle Fanning). Aos poucos, no entanto, Malévola começa a desenvolver sentimentos de amizade em relação à jovem e pura Aurora.
A BRUXA
The witch
dir. Robert Eggers (2015, 92’, cor, EUA, Ficção) | 14 anos
Na Nova Inglaterra de 1630, o pânico e o desespero tomam conta de um fazendeiro, sua esposa e seus filhos quando o filho mais novo, Samuel, desaparece repentinamente. A família culpa Thomasin (Anya Taylor Joy), a filha mais velha que estava cuidando do menino. Com as suspeitas e a paranoia aumentando, os irmãos gêmeos Mercy e Jonas começam a acreditar que Thomasin esteja praticando bruxaria, algo que irá testar a fé, a lealdade e o amor do clã entre si.
WIL-O-WISP
dir. Rachel Rose (2018, 10’, cor, EUA, Ficção) | 12 anos
Um dos nomes em ascensão no universo das artes visuais, Rachel Rose apresenta uma narrativa que transcorre na Inglaterra agrária do século XVI. Ao acompanhar a vida de uma curandeira, cujo destino é marcado pelo amor e pela perda, pela prática da magia e as consequências da perseguição ao ser taxada como bruxa, o curta investiga os modos como a percepção e a coincidência afetam nossa experiência no mundo.
RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS
Portrait de la jeune fille en feu
dir. Céline Sciamma (2019, 121’, cor, França, Ficção) | 14 anos
Vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro e da Palma Queer no Festival de Cannes. Na França de 1770, Marianne é contratada para pintar o retrato de casamento de Héloïse (Adèle Haenel), uma jovem mulher que acabou de deixar o convento. Por ela ser uma noiva relutante, Marianne (Noémie Merlant) chega sob o disfarce de companhia, observando Héloïse de dia e a pintando secretamente à noite. Conforme as duas mulheres se aproximam, a intimidade e a atração crescem, enquanto compartilham os primeiros e últimos momentos de liberdade de Héloïse, antes do casamento iminente. O retrato logo se torna um ato colaborativo e o testamento do amor delas.
RESILIÊNCIA TLACUACHE
Resiliencia Tlacuache
dir. Naomi Rincón Gallardo (2019, 16’, cor, México, Experimental) | 14 anos
O filme se inspira em entrevistas e encontros com a ativista e advogada zapoteca Rosalinda Dionicio, que tem participado da defesa de territórios contra mineradoras transnacionais no estado de Oaxaca, no México. Neste trabalho, se sobrepõem o tempo da criação com o tempo contemporâneo dos despojos da mineração. A fabulação é tecida com mitos mesoamericanos nos quais quatro personagens (uma colina, uma espécie de gambá, Dona Caña e um agave, planta que serve de matéria-prima para tequila) se encontram para conjurar as energias cósmicas e os poderes da celebração embriagante contra as violências capitalistas heteropatriarcais de morte e destruição.
REPÚBLICA DO MANGUE
dir. Julia Chacur, Mateus Sanches Duarte, Priscila Serejo (2020, 8’, p&b, Brasil, Documentário) | 14 anos
A Zona do Mangue do Rio de Janeiro era uma conhecida área de boemia e prostituição que enfrentou diversas perseguições ao longo do século XX. De 1954 a 1974, vigorou na região a chamada República do Mangue, um regime representativo em que, sob controle médico e vigilância policial, as mulheres decidiam quem deveria assumir a administração das “casas de tolerância”. A partir de imagens sobreviventes, o curta propõe um outro olhar sobre esta memória de disputa e resistência. As prostitutas configuram uma classe laboral de qualidade quase identitária – e a criação dessa identidade, muito próxima da bruxa, serviu a propósitos de perseguição e extermínio de mulheres. Este documentário pode nos dar a ver registros de uma “caça às bruxas” no Brasil recente e a alargar nossas compreensões sobre quais mulheres, historicamente, foram de fato os alvos principais dessas investidas.
ABJETAS 288
dir. Júlia da Costa, Renata Mourão (2020, 21’, cor’, Brasil, Experimental) | 16 anos
Em um futuro distópico, Joana e Valenza fazem uma jornada à deriva por uma cidade nordestina. Através da música eletrônica e trilha ruidosa, as personagens, nas andanças pelas ruas, performam o que sentem enquanto vivem nessa sociedade tentando entendê-la. Abjetas 288trata sobre territorialidades, identidades e meritocracia, tudo com um tom irônico e se utilizando de elementos alegóricos que dialogam com a história popular de Aracaju.
A PRAGA
dir. José Mojica Marins (2021, 70’, cor, Brasil, Ficção) | 16 anos
Realizado inicialmente em 1980 por José Mojica Marins, o lendário Zé do Caixão, A praga havia sido dado como perdido por décadas, até ser lançado postumamente, em 2021. Durante um passeio pelo campo, Marina e Juvenal param para tirar fotos em frente à casa de uma estranha senhora. Irritada, ela se revela uma bruxa e joga uma maldição em Juvenal: uma ferida que se abre em seu corpo sente uma fome insaciável por carne crua e precisa ser alimentada para que as dores sejam amenizadas O filme será exibido junto ao curta A Última Praga de Mojica(2021), com direção de Cédric Fanti, Eugenio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira, que esmiúça o único filme inédito do mestre do horror brasileiro através de trechos de making-of e imagens da história em quadrinhos que o originou.
ORLANDO, MINHA BIOGRAFIA POLÍTICA
Orlando, ma biographie politique
dir. Paul B. Preciado (2022, 98’, cor, França, Documentário/Ensaio) | 14 anos
Em 1928, Virginia Woolf escreveu “Orlando”, o primeiro romance em que o personagem principal muda de sexo no meio da história. Um século depois, o escritor e ativista trans Paul B. Preciado decide enviar uma carta cinematográfica à autora: seu Orlando saiu da ficção e vive como ela jamais poderia ter imaginado. Preciado organiza um teste de elenco e reúne 26 pessoas trans e não binárias, de 8 a 70 anos de idade, que encarnam o protagonista.
MAMI WATA
dir: C. J. ‘Fiery’ Obasi (2022, 107’, pb, Nigéria, Ficção) | 14 anos
MAMI WATA é uma divindade adorada pelos habitantes da remota vila de Iyi, na África ocidental. Mama Efe, sua representante, exerce autoridade espiritual na vila, até que a morte de uma criança perturba a paz da comunidade. O poder da divindade passa a ser questionado por aqueles com diferentes ideologias, e Prisca e Zinwe, filhas de Mama Efe, se unem para salvar sua aldeia e restaurar a glória de MAMI WATA em Iyi.
SIMPÓSIO PRETO
Black Symposium
dir. Katia Sepúlveda (2022, 26’, Rep. Dominicana/ Alemanha, Experimental) | 12 anos
Em um tempo mítico, um grupo de mulheres afro-caribenhas se reúne em uma praia remota para debater sexualidade, sensualidade, amor, cuidado, alegria e memória. A conversa gira em torno da descolonização e da espiritualidade. O encontro termina em um ritual que expressa profunda gratidão aos seus ancestrais e ao mar. Um filme que trata da experiência da violência, em que sua estética e abordagem colaborativa desafiam as convenções cinematográficas a partir de diversas perspectivas feministas.
MEDUSA
dir. Anita Rocha da Silveira (2023, 128’, cor, Brasil, Ficção) | 16 anos
Há muitos e muitos anos, a bela Medusa foi severamente punida por Atena, a deusa virgem, por não ser mais pura. Já em um Brasil fictício, dominado por um regime religioso ultraconservador, a jovem Mariana pertence a um mundo em que deve se esforçar ao máximo para manter a aparência de uma mulher perfeita. Para não caírem em tentação, ela e suas amigas se esforçam para controlar tudo e todas à sua volta. Porém, há de chegar o dia em que a vontade de gritar será mais forte.
RAMI RAMI KIRANI
dir. Lira Mawapai HuniKuin e Luciana Tira HuniKuin (2024, 34’, cor, Brasil, Documentário) | Livre
Até pouco tempo, as mulheres Huni Kuin não podiam consagrar e preparar o Nixi Pae (ayahuasca). Apenas os homens conheciam o poder dessa medicina. “Rami Rami Kirani” é um filme sobre os aprendizados, as transformações e a força da ayahuasca através das mulheres Huni Kuin.
Ficha Técnica:
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Produção: Amarillo Produções Audiovisuais
Coordenação geral: Carla Italiano e Tatiana Mitre
Curadoria: Carla Italiano, Juliana Gusman e Tatiana Mitre
Produtora executiva: Tatiana Mitre
Coordenação de produção: Layla Braz
Produção de cópias: Alexandra Duarte
Design gráfico: Ana C. Bahia
Produção local: Daniela Marinho
Assessoria de imprensa: Renato Acha
Site e Redes Sociais:
Site: www.mulheresmágicas.com
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Serviço: 2ª Mostra “Mulheres Mágicas – Reinvenções da bruxa no cinema”
27 filmes em 19 programas temáticos
Data: De 26 de março a 21 de abril de 2024
Local: Cine CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (Setor de Clubes Sul – Trecho 2)
Ingressos: R$10 inteira / R$5 meia
Ingressos: Disponíveis na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura, a partir das 09:00 do dia da sessão
Capacidade: 70 lugares.
Para as mesas redondas, os ingressos serão disponibilizados 1 hora antes do início, apenas na bilheteria física. Para a masterclass, inscrição prévia, mais informações em www.instagram.com/mostramulheresmagicas/
CCBB Brasília
Aberto de terça a domingo, das 9h às 21h
SCES Trecho 2 Lt. 22 – Brasília/DF Tel.: (61) 3108-7600
E-mail: ccbbdf@bb.com.br
Informações:
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