São mais de 200 mil empresas e 300 mil empregos gerados pelo segmento, que representa a maior força de crescimento econômico da capital federal
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última semana, que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,9% em 2023 em relação a 2022. A alta foi impulsionada pelo crescimento da agropecuária (aumentou 15,1% no período), indústria (1,6%) e serviços (2,4%). No Distrito Federal, este último é o setor que mais cresce, concentrando 95% do PIB distrital.
O PIB é um indicador abrangente da atividade e da saúde econômica de um país. Ele é calculado a partir da soma de todos os bens e serviços produzidos em um determinado território durante um período específico. Na capital, ele equivale, em valores correntes, a R$ 286,9 bilhões – números que colocam o quadradinho entre as oito maiores economias estaduais do país.
As estatísticas de PIBs estaduais são divulgadas com uma defasagem temporal de dois anos. Ou seja, o dado mais recente, divulgado em 2023, corresponde ao ano de 2021. No comparativo com 2020, a economia distrital apresentou crescimento de 3%, impulsionado, em grande parte, pelo setor de serviços, que avançou 2,3% no período.
“Temos notado que esse crescimento se mantém e, em 2023, foi o setor de serviços que mais cresceu”, enfatiza Dea Fioravante, diretora de Estudos de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPE-DF). “Os dados já corrigidos do PIB de 2021 mostram que o setor de serviços é responsável por 95% do PIB, enquanto o agro participa com 0,9% e a indústria com 4%”, detalha.
Da parcela de contribuição do setor de serviços para o PIB, quase metade advém da administração, defesa, educação, saúde pública e seguridade social; 15%, de atividade financeira, de seguros e serviços relacionados; e o restante de atividades imobiliárias, atividades profissionais e científicas, comércio, reparação de veículos, educação e saúde privada.
Economia aquecida
Em 2023, de acordo com dados do IPE-DF, um dos maiores crescimentos do setor envolve a área de informática e comunicação. “Isso sugere que depois da pandemia o tipo de serviço demandado mudou e está muito focalizado na área de TI [Tecnologia da Informação]. Trata-se de uma área transversal, cuja demanda está aquecendo o setor”, explica a diretora.
Segundo o subsecretário da Receita, Sebastião Melchior, um dos fatores apontados para a grande influência da atividade na economia local é a característica geográfica e cultural do DF. “Brasília é eminentemente uma cidade administrativa e a renda per capita aqui é elevada”, resume.
Da parcela de contribuição do setor de serviços para o PIB, quase metade advém da administração, defesa, educação, saúde pública e seguridade social
Outro fator que contribui para o aquecimento da economia são os incentivos concedidos pelo GDF ao setor. “O DF conta com programas de incentivo ao desenvolvimento econômico, buscando atrair empresas dispostas a investir capital na produção de riquezas, proporcionando a geração de emprego e renda, e aumentando a arrecadação de produtos. Podemos citar como exemplo desses programas Emprega-DF, que tem a finalidade de promover o desenvolvimento econômico sustentável dos setores de comércio atacadista e varejista no Distrito Federal”, detalha.
“Setor que mais emprega”
O presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, explica que o setor de serviços engloba todas atividades econômicas voltadas para o comércio de bens e a prestação de serviços de qualquer natureza. “Além de ser o que mais emprega no Brasil – cerca 25 milhões de pessoas, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) –, representa 75% do PIB nacional”, detalha o representante.
Dados da entidade indicam que, no DF, existem mais de 220 mil empresas atuantes no setor, totalizando 300 mil empregos gerados. Os bons números contribuem para que o DF se sobressaia em relação à maioria das unidades da federação quanto à influência do setor de serviços na economia local.