O lançamento da Iniciativa Global pela Bioeconomia é uma das inovações da presidência brasileira do G20 e está estruturada em debates que unem ciência, tecnologia e inovação, e o uso dos recursos da biodiversidade para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Integrando a Trilha de Sherpas, sob a coordenação do Ministério das Relações Exteriores, o foco da iniciativa é elaborar um conceito para a bioeconomia como fundamental para a inclusão social e a geração de empregos dignos e sustentáveis.
“Além de uma dinâmica diferente para os grupos de trabalho e as forças-tarefa do G20, o Brasil lança uma iniciativa para a bioeconomia. É importante que esse tema seja tratado no G20 a partir da presidência de um país em desenvolvimento” destacou André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
Em sua avaliação, o país estar, em sequência, na presidência do G20, em 2024, do BRICS+ e da COP 30, em 2025, é a oportunidade de mostrar capacidade e coerência para utilizar esses espaços de forma a acentuar a agenda sobre a emergência climática, garantindo “uma visão brasileira” e as prioridades do Sul Global na pauta.
“O G20 é o espaço para enquadrar o debate sobre bioeconomia, conectar conceitos que não estão bem amarrados e são válidos para os próximos anos, relacionando tecnologia, energia e outros pontos como a necessidade de levar recursos para onde eles são mais necessários, nos contextos em que o modelo financeiro atual não consegue chegar”, adicionou Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda.
Mais acesso aos fundos climáticos
Oliveira salientou que, para a presidência no G20, o Brasil tem quatro prioridades importantes: revisar os acesso de países em desenvolvimento aos quatro maiores fundos para o clima (GCF, CIF, Adaptation Fund e GEF); elaborar princípios de alto nível e critérios para a construção de planos setoriais para a transição energética justa; produzir um relatório de avaliação dos custos de produção de dados (disclosure) para micro e pequenas empresas verdes; e identificar instrumentos para fortalecer as capacidades de países em desenvolvimento de elaborar projetos e conquistar financiamento.
“O esforço de conectar a Trilha de Finanças com a de Sherpas e criar as forças-tarefa é muito interessante, pois trouxe dois temas críticos, pobreza e emergência climática, para o mais alto nível. Temos a oportunidade de conectar entregas específicas, mais técnicas e úteis para a busca de soluções, dando um empurrão para que as coisas aconteçam”, explicou Oliveira.
Painel G20 e a agenda de sustentabilidade
As prioridades da presidência brasileira no G20 para a agenda de sustentabilidade foram discutidos em painel realizado pela Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) na COP 28, com mediação de Isabela Teixeira, Conselheira Emérita do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e Co-Chair do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU Meio Ambiente. A atividade também discutiu tópicos como sustentabilidade ambiental, desenvolvimento econômico e social.
As informações são do G20.org.