O governo brasileiro deseja unir a América do Sul pela infraestrutura. Durante a cúpula do Mercosul, o Brasil apresentou um plano com 124 projetos em 11 estados fronteiriços. A iniciativa “Rotas para a Integração” terá cerca de R$50 bilhões (US$ 10 bilhões) de bancos de fomento para constituir uma rede de rotas de integração e desenvolvimento sul-americano.
A ideia é reduzir distâncias, aprimorar logística, facilitar conexões e ampliar a produtividade. As obras envolvem infovias, hidrovias, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e linhas de transmissão de energia elétrica.
No território brasileiro, todas as obras fazem parte do Novo PAC, como a linha de transmissão Manaus-Boa Vista, que levará energia do sistema interligado nacional a Roraima e poderá abastecer também a Venezuela por meio da rede já existente.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet. lembra que, em maio, foi assinado o Consenso de Brasília, um documento que relança as bases do processo de maior integração da América do Sul.
A iniciativa também poderá promover o financiamento de projetos de integração nas áreas social, ambiental e institucional. “A integração regional deve ser parte das soluções para enfrentar os desafios compartilhados, da construção de um mundo pacífico e fortalecimento da democracia”, ressaltou a ministra.
Ela apresentou as cinco rotas previstas no plano de integração da América do Sul:
- Rota da Ilha das Guianas: inclui integralmente os estados do Amapá e de Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, sendo fronteiriça com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela.
- Rota Multimodal Manta-Manaus: contempla inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligando-se por via fluvial a Colômbia, Peru e Equador.
- Rota do Quadrante Rondon: formado pelos estados do Acre e de Rondônia, por toda a porção oeste de Mato Grosso, com conexões via Bolívia e Peru.
- Rota de Capricórnio: desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, ao Paraguai, Argentina e Chile.
- Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, ao Uruguai e ao Chile.
Quatro bancos de desenvolvimento assinaram um acordo de cooperação em que se comprometem a prestar apoio técnico e financeiro para os projetos, o BNDES, o BID e a CAF (rebatizada de Banco de Desenvolvimento da América Latina). O Fonplata – formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia – também vai participar.