Após o sucesso no cruzamento da fronteira do grupo de 32 brasileiros que estava em Gaza, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, concedeu entrevista coletiva. Ele afirmou que o Governo Federal seguirá se esforçando para buscar junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma solução que permita a suspensão de hostilidades e a criação de pausas humanitárias no confronto no Oriente Médio.
A situação desses brasileiros está momentaneamente resolvida, mas a situação do conflito é gravíssima. O presidente Lula continua muito envolvido na solução da questão. Sua intenção é voltar a tratar disso no Conselho de Segurança das Nações Unidas a partir desta semana, para que se possa encontrar uma forma de suspensão dessas hostilidades e a criação de uma pausa humanitária que possa levar ao alívio da população civil palestina em Gaza”
“O presidente tem falado constantemente com muitos chefes de Estado, com o secretário-geral da ONU, com os chefes de Estado da região, enfim, todos os atores importantes envolvidos”, prosseguiu o ministro. Desde o início da crise, Lula manteve diálogos por telefone com autoridades dos Emirados Árabes Unidos, de Israel, da Palestina, do Egito, da França, da Rússia, da Turquia, do Irã, do Catar, do Conselho Europeu, da Espanha e da Índia.
O ministro Mauro Vieira também se envolveu em diálogos frequentes com os chanceleres de Israel e Egito. “Todo o esforço para libertação dos brasileiros, desde o início (7 de outubro, data dos primeiros ataques contra Israel), foi feito pelo governo, por instrução do presidente Lula, com acompanhamento diário. Eu fui interlocutor de todos os contatos com os governos envolvidos e foi isso que resultou na conclusão exitosa desse acordo”, frisou o diplomata, referindo-se às nações envolvidas nas missões de repatriação dos brasileiros na Operação Voltando em Paz.
O ministro exaltou o envolvimento de diversos ministérios que se empenharam no processo. Quando o grupo resgatado de Gaza chegar ao Brasil, o que está previsto para ocorrer nesta segunda-feira, 13 de novembro, a operação terá transportado 1.477 passageiros: 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana, além de 53 animais domésticos, em dez voos comandados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
“Toda a organização, toda a operação contou com a participação efetiva do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Defesa, da Força Aérea Brasileira e, na chegada, teremos a participação do Ministério da Justiça, da Saude e do Ministério do Desenvolvimento Social na parte de acolhimento a todos esses brasileiros”, listou.
Vieira ainda destacou o empenho dos times de diplomacia mais diretamente ligados ao conflito. “Queria agradecer a participação ativa das embaixadas e representações do Brasil em Israel, em Ramala (Cisjordânia) e no Egito. Os diplomatas e toda a equipe estiveram, pessoalmente e constantemente, sem cessar, envolvidos no apoio aos brasileiros e na conclusão exitosa dessa operação”, concluiu.