O grupo BRICS tem a capacidade de liderar um amplo processo de desenvolvimento global, melhorar o atual sistema econômico global e resolver seus problemas e crises, disse um especialista egípcio, numa entrevista recente à Xinhua.
“Com as suas capacidades econômicas, financeiras e tecnológicas, além de uma visão clara do futuro, o BRICS tem a força e a capacidade de liderar o mundo rumo a um amplo processo de desenvolvimento e tornar o sistema econômico global mais justo e igualitário”, disse Abdel-Sattar Eshrah, secretário- geral do Conselho Empresarial Sino-Egípcio, com sede no Cairo.
Eshrah fez as observações quando o BRICS, um grupo de grandes economias emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, realizou a sua 15ª cúpula em Joanesburgo, África do Sul.
“O sistema econômico global, com as suas crises e desafios, afetou negativamente a vida das pessoas em todo o mundo, o que destaca a importância do BRICS para restaurar uma grande parte da estabilidade econômica global”, disse o especialista.
Eshrah, também conselheiro da Federação das Câmaras de Comércio Egípcias, sublinhou que o BRICS pode ajudar muitas economias emergentes a alcançar taxas mais elevadas de crescimento e desenvolvimento.
De acordo com dados divulgados no início deste ano pela Acorn Macro Consulting, uma empresa britânica de investigação econômica, o grupo BRICS representa 41% da população global e é responsável por 16% do comércio mundial. Os cinco países do BRICS contribuem agora com cerca de um quarto do PIB global.
“Os países do BRICS desfrutam de uma produtividade muito elevada, de um grande PIB, de um boom tecnológico avançado e de uma enorme mão-de-obra, além do seu enorme volume de trocas comerciais em todo o mundo”, disse Eshrah.
O bloco econômico, disse ele, está alcançando “grande e contínuo sucesso” num curto espaço de tempo, o que motiva outros países a procurarem a adesão na esperança de partilharem o sucesso e beneficiarem da cooperação com os membros do BRICS.
Na cúpula dos BRICS recém-concluída, seis países, nomeadamente Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, foram oficialmente convidados a aderir ao BRICS. A adesão entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2024.
Eshrah atribuiu a aspiração de muitos países de aderir ao BRICS aos princípios das políticas externas dos seus membros, que se baseiam na cooperação ganha-ganha e no respeito mútuo com outros países.
“Muitos países consideram a reunião pacífica e justa, e é por isso que é muito bem recebida por muitos povos do mundo”, disse ele à Xinhua.
O Egito também aderiu ao Novo Banco de Desenvolvimento, com sede em Shanghai, criado pelo BRICS, uma medida considerada por Eshrah como “um indicador muito bom”.
Eshrah expressou a sua convicção de que a expansão da adesão ao BRICS de uma forma bem estudada “iria aumentar a sua força e eficácia e reforçar o seu papel regional e internacional, de uma forma que contribuiria para alcançar taxas de desenvolvimento maiores e mais rápidas”.
“Isso criaria muitas oportunidades de cooperação conjunta entre os membros do BRICS em vários campos”, disse Eshrah.
A expansão do número de membros do BRICS irá provavelmente aumentar as capacidades dos seus membros para enfrentar crises e desafios econômicos, financeiros e políticos, de acordo com o especialista.