A embaixada da Palestina em Brasília sediou a reunião das missões diplomáticas que fazem parte da Organização de Cooperação Islâmica.
Após o encontro, nesta quarta (1), foi emitida a “Declaração sobre a Situação na Faixa de Gaza, novembro de 2023”.
O texto diz:
“A Organização de Cooperação Islâmica (OCI) representada pelas missões diplomáticas de seus membros na República Federativa do Brasil, consciente da centralidade da questão palestina para esta Organização de 57 países membros, atenta ao Direito Internacional e às resoluções das Nações Unidas, incluindo aquelas relacionado com esta questão há muito prolongada e não resolvida, consternado pela crise trágica e inconcebível que se desenrola em Gaza e determinado a estar no centro de qualquer esforço internacional sincero para
acabar com o sofrimento dos civis inocentes, acredita que é importante expressar o seu agradecimento e apreço ao Governo do Brasil por seu esforço incansável, como Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em outubro de 2023, para aprovar uma resolução que teria exigido uma pausa humanitária para permitir o acesso total, seguro e desimpedido das agências da ONU a Gaza.
As missões diplomáticas da OIC em Brasília também gostariam de elogiar o apoio do Brasil à resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas emitida na sexta-feira, 27 de outubro de 2023, que pede um cessar-fogo imediato e o estabelecimento de uma trégua humanitária urgente na sitiada Faixa de Gaza.
Embora sublinhando a importância de preservar as vidas de todos os civis de todos os lados e de não os atacar de forma alguma, o que é inconsistente com o direito humanitário internacional, as missões diplomáticas da OCI em Brasília condenam a agressão israelense sem precedentes contra civis na sitiada Faixa de Gaza e em toda a região ocupada. território palestino, matando, bombardeando e destruindo deliberadamente infraestruturas civis.
Além disso, rejeitam atacar todos os civis sob qualquer pretexto ou deslocá-los das suas casas, ou privá-los de fome e de acesso seguro à ajuda humanitária, em violação de todas as normas e leis internacionais, e dos princípios e valores humanitários mais básicos. Até hoje, quase 9.000 pessoas foram mortas em Gaza desde 7 de Outubro, mais de 3.000 eram crianças, e o número de vítimas aumenta exponencialmente a cada hora. Isso deve parar.
O sofrimento dos civis deve ser aliviado e é tempo de os infratores perceberem que são
responsáveis e que não podem continuar assim sem responsabilização.
Enquanto lamentam a incapacidade do Conselho de Segurança das Nações Unidas até agora de tomar uma ação decisiva para pôr fim a esta situação horrível que se desenrola em Gaza, as missões diplomáticas da OCI em Brasília reiteram o apelo da Organização ao Conselho para que assuma a sua responsabilidade no sentido de garantir um fim imediato a esta brutal situação e resgatar os civis indefesos. Os esforços de todos aqueles no mundo interessados em preservar o espírito de liberdade e justiça, incluindo o Brasil, são cruciais neste sentido.
O mundo não deve perder mais tempo com isto, e como disse recentemente o Ministro Mauro Vieira, dirigindo-se ao Conselho de Segurança da ONU, “se não agora, quando?
Quantas mais vidas serão perdidas até que finalmente passemos da retórica à ação?”, ou como pediu o presidente Lula, “pare com isso pelo amor de Deus”.