O embaixador da China, Zhu Qingqiao, pediu publicamente que o Brasil “em breve se junte à família da Iniciativa Cinturão e Rota” e reiterou o compromisso de elevar os laços bilaterais a um “nível mais alto” através da sua rede comercial.
Falando durante a reunião anual do Conselho Empresarial China-Brasil em São Paulo, o diplomata destacou diversas vantagens para a maior economia da América do Sul se tornar membro oficial da iniciativa estratégica global.
A China procurou alavancar os programas do cinturão e da estrada para promover a integração dos serviços portuários, lançar zonas piloto para colaboração no comércio eletrônico e ampliar o acesso ao mercado para o comércio digital, disse o embaixador chinês.
“Nos próximos cinco anos, pretendemos construir plataformas de cooperação multilateral com países parceiros em energia, tributação, finanças, desenvolvimento verde, estratégias de mitigação de desastres, grupos de reflexão, mídia, cultura e outras áreas”, disse Zhu aos presentes no evento, em sua maioria autoridades brasileiras e empresários dos dois países.
Antecipando o 50º aniversário das relações diplomáticas entre a China e o Brasil, no próximo ano, Zhu descreveu a relação como “resiliente e significativa”, ressaltando que possui “uma base sólida para enfrentar desafios e buscar o desenvolvimento mútuo”. Por esta razão, disse ele, o envolvimento do Cinturão e da Rota deve ocupar um lugar de destaque na agenda de ambos os países.
“[A Iniciativa Cinturão e Rota] está preparada para elevar a nossa colaboração mutuamente vantajosa a um novo nível. A neoindustrialização no século XXI não deve simplesmente replicar o modelo convencional, mas lutar por um desenvolvimento de qualidade superior, guiado pelos princípios da inovação, coordenação, sustentabilidade, abertura e inclusão”, acrescentou.
Os comentários de Zhu marcaram a primeira abertura pública da China convidando o Brasil a participar na iniciativa, embora as discussões tenham ocorrido durante vários anos.
Eduardo Saboia, diplomata responsável pela Ásia e Pacífico no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, disse que “tomou nota” da proposta do embaixador chinês. Porém, deixou claro que o Brasil poderia alcançar oportunidades na Iniciativa Cinturão e Rota no âmbito de um “acordo de parceria estratégica abrangente” existente assinado por Brasília e Pequim em 2012.
As informações são do South China Morning Post.