A Turquia organiza uma reunião nesta segunda-feira (3), em Istambul, com os ministros das Relações Exteriores de sete países muçulmanos. O objetivo é discutir a reconstrução de Gaza e a participação na força de estabilização no enclave, prevista no plano de paz do presidente americano Donald Trump, que resultou no cessar-fogo em 10 de outubro.
No início do encontro, que reúne representantes da Turquia, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Paquistão e Indonésia, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan criticou a postura “medíocre” do governo israelense desde a entrada em vigor do cessar-fogo. Segundo ele, “o Hamas parece determinado” a respeitar o acordo. “Precisamos fornecer mais ajuda humanitária aos habitantes de Gaza e, em seguida, iniciar os esforços de reconstrução”, acrescentou Erdogan, pedindo à Liga Árabe e à OCI (Organização para a Cooperação Islâmica) que desempenhem “um papel de liderança” nesse sentido.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, já havia recebido no sábado (1º) uma delegação do escritório político do Hamas, liderada por Khalil al-Hayya, principal negociador do movimento palestino. Segundo autoridades do Ministério das Relações Exteriores, Fidan defende a criação de mecanismos que permitam aos palestinos garantir a segurança e a governança de Gaza.
“Gaza deve ser governada por palestinos”
“Precisamos pôr fim ao massacre em Gaza. Um cessar-fogo por si só não é suficiente”, insistiu o ministro turco durante um fórum em Istambul. “Devemos reconhecer que Gaza deve ser governada pelos palestinos e agir com prudência”, disse, defendendo a solução de dois Estados.
O chefe da diplomacia turca acusa Israel de buscar pretextos para romper o cessar-fogo. Mas os esforços de Ancara, que intensifica os contatos diplomáticos com países da região e tenta influenciar a posição pró-Israel dos Estados Unidos, são vistos com desconfiança por Israel, que considera a Turquia muito próxima do Hamas.
Israel já deixou claro que é contra a participação do país na força internacional de estabilização em Gaza, proposta pelo presidente americano Donald Trump em seu plano de paz, que levou à interrupção dos combates.
De acordo com esse plano, baseado no acordo de cessar-fogo, a força de estabilização seria composta principalmente por tropas de países árabes e muçulmanos. Ela deve ser implantada em Gaza à medida que as tropas israelenses se retirarem do enclave.
Israel exige “países imparciais”
Os ministros dos sete países, membros da OCI, já haviam sido recebidos por Trump no final de setembro, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU, poucos dias antes da divulgação da proposta de paz, para discutir a questão.
Trump conta com as nações árabes para que seu plano de paz para Gaza seja um sucesso: eles podem manter a pressão sobre o Hamas, participar da futura força internacional de estabilização ou ainda fornecer recursos para reconstruir o enclave. Mas apenas países considerados “imparciais” poderão integrar essa força, advertiu o ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar.






































































