Em setembro passado o Programa Sino-Brasileiro de Satélites de Recursos Terrestres (CBERS) alcançou mais um marco importante com a realização da Mission Critical Design Review (MCDR) do satélite CBERS-6, nas instalações da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), em Pequim.
A missão, desenvolvida em cooperação entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a CAST, representa a continuidade de mais de três décadas de parceria entre Brasil e China no campo espacial.
O CBERS-6 será o primeiro satélite da série a contar com um radar de abertura sintética (SAR) em banda X, desenvolvido na China, e uma plataforma de serviço baseada na Plataforma Multimissão (PMM), que está sendo modernizada e atualizada pelo INPE, no Brasil.
Essa combinação ampliará significativamente as capacidades de observação da Terra do Programa Espacial Brasileiro (PEB), para permitir o monitoramento contínuo do território nacional mesmo sob cobertura de nuvens.
Durante a MCDR, especialistas das duas instituições revisaram de forma detalhada todos os subsistemas do satélite: elétrico, mecânico, AOCS, telemetria e controle, além dos segmentos de Controle e Aplicação. O comitê técnico concluiu que o projeto apresenta maturidade e robustez suficientes para avançar para a fase de fabricação e integração, com recomendações específicas de mitigação para aspectos de compatibilidade eletromagnética (EMC) e controle de cronograma.
A delegação brasileira foi composta por representantes do INPE e da Agência Espacial Brasileira (AEB). Durante a missão, o grupo também acompanhou a visita do secretário da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC/MCTI), Daniel Gomes de Almeida Filho, à CAST. O secretário foi recebido pelo vice-presidente da CAST, que apresentou os avanços tecnológicos do país na área espacial e destacou a importância histórica e estratégica do Programa CBERS como símbolo de cooperação científica e tecnológica entre Brasil e China.
“O CBERS-6 representa um salto tecnológico para o Brasil. Ele amplia nossa capacidade de observar o território em qualquer condição meteorológica e reforça a presença do país em uma área crítica para a soberania e o desenvolvimento sustentável”,
destaca Felipe Ferreira Fraga, coordenador de Satélites e Aplicações da AEB.
O gerente do projeto pelo lado brasileiro, Antonio Carlos Pereira, ressaltou:
“A aprovação na MCDR marca um importante avanço no desenvolvimento do CBERS-6, refletindo a maturidade alcançada pelo projeto e o sucesso da cooperação entre o INPE e a CAST, que agora avançam para as próximas fases do desenvolvimento do satélite”.
Com o sucesso da MCDR, o CBERS-6 entra agora na etapa de aquisição de equipamentos, preparando-se para seguir o cronograma de integração e testes até o lançamento, previsto para ocorrer nos próximos anos.
Com informações e imagens da AEB