O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) representou o Brasil na entrega do Sistema Agrícola de Importância Mundialmente Reconhecida (SIPAM), que aconteceu hoje (31), na sede da FAO, em Roma. Na ocasião, a organização reconheceu a produção da erva-mate (Ilex paraguariensis) sombreada, no sul do Brasil, como um patrimônio agrícola, cultural e ambiental do mundo. Também estiveram presentes, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, representantes das famílias locais.
Os patrimônios agrícolas contemplam tanto a produção por meio da agricultura ou do extrativismo, como também os conjuntos de saberes perpetuados por meio da história oral, do artesanato, da culinária, de festas populares, das culturas agroecológicas e do folclore. Para interligar todas essas temáticas, o Governo do Brasil contou com análises conjuntas entre o MDA, o Ministério da Agricultura e Abastecimento, e o Ministério da Cultura (MinC), além das contribuições técnico-científicas da EMBRAPA, da Fundação Palmares, do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI).
“O reconhecimento da erva-mate sombreada pela FAO é um grande passo no uso da terra de forma justa, produtiva e sustentável”, explica Maristella Matos, secretária substituta de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental e integrante da comitiva em Roma. Para ela, a combinação de fatores culturais, rurais e ambientais solidificam os SIPAMs do Brasil. Essa é a segunda vez que o país tem esse tipo de patrimônio reconhecido: em 2023, as Apanhadoras de Flores Sempre Vivas de Minas Gerais foram o primeiro sistema brasileiro a ser contemplado. “Queremos continuar no trabalho por ainda mais reconhecimentos, tendo em vista a riqueza ambiental e cultural do nosso país.”, completa ela.
Ciência e tradição
Os sistemas agrícolas de importância mundialmente reconhecida contam com levantamentos técnico-científicos, envolvimento das comunidades, planos de conservação e ciência formal do governo. O processo pode levar anos, tendo em vista a quantidade de critérios e indicadores necessários para o reconhecimento.
Para Ana Elsa Munarini, diretora do Departamento de Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA, o reconhecimento da FAO é uma validação que muitas famílias produtoras de erva-mate sombreada buscavam. “O sistema é tradicional, feito de forma alternada com espécies nativas, produzido em uma cultura centenária da região” explica ela. Ela explica que a erva possui tanto valor nutricional e medicinal para os consumidores, como também carrega a tradição oral das rodas de chimarrão. “Existe muito da cultura brasileira de oralidade na produção e consumo da erva-mate”, completa.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar






































































