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“Este é o momento de renovar e revitalizar o multilateralismo”, diz embaixador da Etiópia

Em entrevista exclusiva ao BRICS Brasil, o embaixador Leulseged Tadese Abebe desdobra temas como cooperação em agricultura e turismo entre os países do grupo. A Etiópia, que entrou no BRICS no último ano, é a maior economia da África Oriental e sedia, em Adis Abeba, a União Africana.

por Fabiana Ceyhan
17 de abril de 2025
Reading Time: 7 mins read

Terra de onde o café é originário, único país da África com seu próprio alfabeto e, junto a Libéria, as únicas nações africanas a não serem colonizadas por europeus. Estes são alguns elementos que contam a história da Etiópia, país sede da União Africana que, desde 2023, é um país membro do BRICS.

“Se quisermos ter um desenvolvimento inclusivo e sustentável, isso não será possível sem a participação integral das mulheres em todos os níveis e em todos os aspectos.”

Com mais de 120 milhões de habitantes, o país é o segundo mais populoso do continente africano e a maior economia da África Oriental. O Produto Interno Bruto (PIB) da Etiópia multiplicou em dez vezes entre 2003 e 2017, saindo de 8 para 80 bilhões de dólares, consolidando-se como uma das economias que mais crescem no mundo.

Avanço para cooperação em setores estratégicos, como agricultura e turismo, fortalecimento de políticas pela igualdade de gênero, potencialidades da União Africana e, recordando discurso histórico do imperador Haile Selassie, uma defesa intransigente de um multilateralismo que responda às demandas do Sul Global. Estes são alguns dos temas abordados pelo embaixador da Etiópia no Brasil, Leulseged Tadese Abebe, em conversa exclusiva com o BRICS Brasil. Confira:

A agricultura, como destaque a produção familiar, é um dos motores fundamentais de renda e emprego na Etiópia, respondendo pela maior fatia do PIB do país e por mais de 80% dos postos de trabalho. Nesse contexto, qual é a relevância de discutir com especificidade esse modelo de produção agrícola na agenda do BRICS?

Leulseged Tadese Abebe: Nós temos destinado mais de 10% do orçamento nacional para a agricultura, adotamos uma abordagem de desenvolvimento rural integrado. Isto porque, quando falamos de agricultura familiar, estamos falando de desenvolvimento rural que inclui nutrição, saúde, escolas, estradas e acesso ao mercado. Hoje, com orgulho, posso dizer que nos tornamos o maior exportador de trigo da África. Isso mostra o compromisso da Etiópia em modernizar a agricultura.

Assim, no âmbito do BRICS, podemos contribuir para as discussões e aprender com as melhores práticas de outros países. A plataforma do BRICS no setor agrícola pode ser um excelente espaço para pesquisa e desenvolvimento conjunto. Além disso, para transformar a agricultura, precisamos envolver o setor privado, podemos trazer empresas do Brasil e de outros países membros para impulsionar o setor agrícola. Podemos ter discussões produtivas e focadas em resultados, com o objetivo final de transformar a agricultura e garantir a segurança alimentar.

A Etiópia é um país com riqueza histórica, cultural e natural abundante, com grande potencial para a expansão do mercado turístico. Com o turismo sendo um dos temas em discussão no BRICS, como o país enxerga a possibilidade de cooperação nessa área?

Leulseged Tadese Abebe: A Etiópia é uma terra de origens, uma terra de diversidade e unidade. Já temos 17 patrimônios da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) – somos os primeiros na África em sítios naturais, históricos e religiosos. A paisagem, o povo acolhedor, a beleza e o clima são verdadeiramente os melhores – o clima é sempre agradável, e o povo tem um espírito hospitaleiro.

Desta forma, saudamos as discussões no BRICS sobre o setor de turismo, podemos aprender sobre as oportunidades turísticas uns dos outros, compartilhar melhores práticas e promover o turismo nos países do grupo. E acho que o debate em curso é muito produtivo, nos ajuda a impulsionar o turismo como fonte de crescimento econômico e de geração de empregos, sempre respeitando as leis nacionais, as práticas locais e, claro, o meio ambiente.

Por isso, estamos muito satisfeitos com as discussões em andamento no BRICS, porque um dos motivos pelos quais ingressamos no grupo foi para fortalecer os laços econômicos, e o turismo é uma das melhores formas de fortalecer esses laços.

Dados de 2023 indicam que mulheres ocupam 41% das cadeiras no parlamento da Etiópia, um índice superior ao de muitos países do Norte Global. De que forma o país incentiva a participação feminina na política e qual mensagem sobre gênero pretende construir no BRICS?

Leulseged Tadese Abebe: Para nós, essa é uma questão central. Se quisermos ter um desenvolvimento inclusivo e sustentável, isso não será possível sem a participação integral das mulheres em todos os níveis e em todos os aspectos. Esses fatores são absolutamente indispensáveis. Primeiro, porque é uma questão de direito, as mulheres têm o direito de participar em todos os sistemas de decisão de qualquer país, de qualquer sociedade.  É um direito.

Em segundo lugar, do ponto de vista econômico, é extremamente útil para qualquer país ou sociedade aproveitar o potencial das mulheres, porque elas têm um papel decisivo na prosperidade de qualquer sociedade. É essa convicção que motiva o Primeiro-Ministro Abiy Ahmed a garantir a participação das mulheres em todos os níveis do governo.

Mas entendemos também que a participação das mulheres não deve ser significativa apenas no parlamento, mas em todas as esferas. Quanto mais as mulheres são empoderadas, mais condições elas têm de garantir a educação dos filhos. Se queremos assegurar segurança alimentar, a inclusão das mulheres, especialmente na agricultura familiar, terá um impacto muito maior. Se investirmos nas famílias lideradas por mulheres, seremos mais eficientes em questões como nutrição, por exemplo.  A participação das mulheres é a decisão certa do ponto de vista político e econômico.

“Estamos totalmente comprometidos em nos integrar a todos os mecanismos e arranjos desse grupo. Um dos pilares mais importantes da família BRICS é o Novo Banco de Desenvolvimento.”

Há mais de seis décadas, a Etiópia trabalha de forma exitosa em cooperação com o Banco Africano de Desenvolvimento. Com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), já há projetos em desenvolvimento ou em intenção?

Leulseged Tadese Abebe: Nós trabalhamos com diferentes bancos de desenvolvimento, alinhados às nossas prioridades nacionais, de forma a gerar impactos reais na região, de acordo com nossa realidade e contexto nacional.

No que diz respeito ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), já solicitamos nossa adesão. Essa é uma de nossas prioridades este ano, pois já integramos a plataforma do BRICS. Estamos totalmente comprometidos em nos integrar a todos os mecanismos e arranjos desse grupo. Um dos pilares mais importantes da família BRICS é o Novo Banco de Desenvolvimento, e a Etiópia está pronta para se tornar membro.

Já recebemos apoio político de todos os membros do BRICS e esperamos que nossa adesão seja concluída em breve. Uma vez que ingressarmos, nosso foco estará em diversos setores, incluindo agricultura, energia, manufatura e outras áreas que são prioridades do banco.

Além da Etiópia, África do Sul e Egito também representam o continente africano no BRICS. Qual a principal contribuição dos países da União Africana para o fortalecimento Sul Global?

Leulseged Tadese Abebe: Adis Abeba, capital da Etiópia, é a sede da União Africana, Contribuímos para a formação da União, e, anteriormente, para a criação da Organização da Unidade Africana. Por isso, sempre defendemos as posições comuns da África. Ao ingressar no BRICS, a Etiópia, juntamente à África do Sul e ao Egito, pode promover as posições africanas sobre paz e segurança, desenvolvimento inclusivo e sustentável, clima e outras questões.

“Este é o momento de renovar e revitalizar o multilateralismo – um multilateralismo que responda às legítimas demandas e aspirações do Sul Global. Precisamos reformar o sistema global de tomada de decisões para construir um futuro melhor.”

A União Africana tem posições comuns em diversos temas, incluindo a inteligência artificial – uma das prioridades da presidência brasileira do BRICS. Assim, também podemos falar em uma só voz para defender essa agenda. Dentro da plataforma do BRICS, podemos promover a África como destino para comércio, investimentos e turismo. Como sabem, somos o segundo continente mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de pessoas – a maioria, jovens. Essa é uma grande oportunidade para o crescimento econômico global.

Há 89 anos, o então imperador da Etiópia, Haile Selassie, realizou um discurso histórico na Assembleia da Liga das Nações, instituição que antecede a Organização das Nações Unidas (ONU). Como o senhor avalia o discurso nos dias atuais, em vistas ao multilateralismo? 

Leulseged Tadese Abebe: O multilateralismo está enfraquecido, e precisamos de mais multilateralismo – não menos – porque o mundo é altamente interdependente. Os problemas que enfrentamos nas áreas de paz, segurança, desenvolvimento e mudança do clima são universais e transnacionais. Se os problemas são universais e transnacionais, as soluções também devem ser universais e transnacionais.

A diferença entre o que é “externo” e “interno” está diminuindo, pois vivemos em um mundo profundamente interconectado. E é aqui que ressoa a importante mensagem do Imperador Haile Selassie. Em 1936, após a invasão da Etiópia pela Itália fascista, ele foi a Genebra e discursou perante a Liga das Nações, defendendo a importância da segurança coletiva e a indivisibilidade da paz. Se um país é atacado ilegalmente, isso deve ser considerado um ataque a todos os povos amantes da paz. No entanto, infelizmente, a comunidade internacional falhou em responder ao apelo do Imperador Haile Selassie naquela época.

A Etiópia sempre defendeu o multilateralismo e a mensagem de Haile Selassie em Genebra permanece relevante para o mundo atual, que continua a enfrentar inúmeros desafios transnacionais. Este é o momento de renovar e revitalizar o multilateralismo – um multilateralismo que responda às legítimas demandas e aspirações do Sul Global. Precisamos reformar o sistema global de tomada de decisões para construir um futuro melhor não apenas para a geração atual, mas também para as futuras gerações.

Fonte: Brics

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