O Ministério dos Negócios Estrangeiros do país esclareceu que as orientações atualizadas não constituem um aviso oficial de viagem para os EUA.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão atualizou os seus conselhos de viagem para os alemães que viajam para os Estados Unidos, depois de ter sido negada a entrada a três cidadãos e de terem sido detidos quando tentavam entrar.
“Uma condenação penal nos Estados Unidos, informações falsas sobre o objetivo da estadia ou mesmo uma ligeira ultrapassagem do prazo de validade do visto à entrada ou à saída podem conduzir à prisão, detenção e deportação à entrada ou à saída”, lê-se agora explicitamente no site oficial do Ministério.
Os conselhos aos viajantes também indicam que a posse de um documento do sistema eletrónico de autorização de viagem (ESTA) – o sistema automatizado que determina a elegibilidade dos visitantes para viajar para os EUA ao abrigo do programa de isenção de vistos – não garante automaticamente a entrada nos EUA.
“A decisão final sobre se uma pessoa pode entrar nos Estados Unidos cabe às autoridades fronteiriças americanas. Mas isto não é uma surpresa, é o mesmo que acontece na Alemanha”, declarou um porta-voz do Ministério ao diário alemão Der Spiegel.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros também fez questão de salientar que a atualização das orientações não constitui um aviso de viagem para os EUA.
Entrada recusada
A atualização dos conselhos de viagem surge depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros ter dito, na segunda-feira, que estava a investigar o caso de três dos seus cidadãos a quem foi negada a entrada e colocados em detenção quando tentavam entrar nos EUA.
“O Ministério Federal dos Negócios Estrangeiros tem conhecimento de três casos em que cidadãos alemães não puderam entrar nos Estados Unidos e foram colocados em detenção de deportação à entrada”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Entre os detidos encontra-se Fabian Schmidt, 34 anos, residente permanente legal nos Estados Unidos. Segundo o canal americano WGBH, foi detido num aeroporto de Boston antes de ser transferido para um centro de detenção em Rhode Island.
A mãe de Schmidt, Astrid Senior, afirmou numa entrevista que o seu filho foi “violentamente interrogado” no aeroporto antes de ser despido e forçado a tomar um duche frio por dois funcionários.
Os outros dois cidadãos afetados foram Jessica Brösche, uma tatuadora de 29 anos de Berlim, e Lucas Sielaff, de 25 anos, da Saxónia-Anhalt. Ambos foram entretanto reenviados para a Alemanha.
Brösche tinha tentado entrar nos Estados Unidos a partir de Tijuana, no México, na companhia de uma amiga, cidadã americana.
De acordo com a campanha de angariação de fundos em linha criada para financiar o seu regresso, as autoridades disseram-lhe inicialmente que ficaria detida durante vários dias, mas o que se seguiu foi uma “sequência alarmante de acontecimentos”, tendo Brösche sido transferida e mantida no centro de detenção de Otay Mesa durante mais de seis semanas.