Representantes diplomáticas do exterior se reuniram ontem na Embaixada da Eslovênia para discutir o conteúdo da Carta das Mulheres, documento que será apresentado durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro.
O encontro, idealizado pela advogada e cientista política Gabriela Rollemberg, e organizado pela jornalista Fabiana Ceyhan que foi a mediadora do evento teve como foco reunir propostas que ampliem a presença e a influência das mulheres em espaços de decisão e poder. Durante o debate, as participantes analisaram pontos do texto, que já conta com 120 contribuições vindas de instituições e cidadãs.
A anfitriã foi a Embaixadora da Eslovênia no Brasil , Mateja Krakun.
Segundo Gabriela,
“Trazer a perspectiva das mulheres e escutá-las, transformando essas experiências em propostas que possam se converter em políticas públicas e leis, é de grande relevância. A Carta das Mulheres reúne diferentes visões — de lideranças comunitárias, representantes institucionais e mulheres de vários territórios — buscando criar uma ponte entre a sociedade civil e a política”, afirmou. Ela destacou ainda que o documento representa um marco no fortalecimento da participação feminina.
A embaixadora da Eslovênia, Mateja Kraun, falou da importância da participação feminina.
“Nossa presidente é mulher, assim como a presidente da Câmara dos Deputados e a ministra dos Assuntos Exteriores. Esta última, inclusive, é uma defensora ativa da igualdade de gênero e integra um grupo de ministras que promovem o empoderamento feminino ao redor do mundo. Temos, portanto, uma missão importante e a responsabilidade de fortalecer parcerias com movimentos de mulheres engajadas na defesa da saúde, segurança e autonomia de mulheres e meninas em todos os países”, afirmou.
A Bancada Feminina, que integra o projeto, reúne nomes de destaque da luta feminina, como a líder indígena Luciene Kayabi, representante do Instituto Brasileiro dos Esportes Indígenas e Humanos Indígenas Nacional e Internacional. Ela enfatizou a relevância da participação dos povos originários na elaboração do documento.
“Nossa prioridade é a demarcação das terras. Depois disso, poderemos dar o primeiro passo: pensar em como viver plenamente dentro de nossos territórios, como praticar a justiça climática e compreender de que maneira as decisões tomadas na COP nos afetam. Os povos indígenas brasileiros são os guardiões dos biomas — patrimônio de toda a humanidade. Precisamos refletir não apenas sobre a preservação ambiental, mas também sobre o cuidado com nossas comunidades, para que possamos viver em equilíbrio com a natureza”, afirmou.
A atriz, ex-modelo e ativista Luiza Brunet também participou do encontro e relatou que seu engajamento pela causa das mulheres começou após ser vítima de violência doméstica. O marco, segundo ela, foi sua participação em um evento da ONU Mulheres, em 2017, na cidade de Nova Déli (Índia).
“Naquele mesmo ano, ocorreu um caso brutal de violência sexual contra uma menina de 12 anos em um ônibus escolar. Aquilo me marcou profundamente e foi o ponto de virada na minha trajetória. Passei a me dedicar a combater a violência de gênero, principalmente por já ter vivido situações graves. Decidi falar publicamente sobre isso e, a partir de então, comecei a ministrar palestras em vários lugares”
O projeto conta com mulheres de vários segmentos e instituições.
No final do evento, a BRK eventos e Buffet do empresário Rafael Justus ofereceu como cortesia um café da tarde para as participantes.

















































































