A Galeria Karla Osorio apresenta a mostra individual do artista holandês ANDRÉ KRUYSEN, cuja
abertura será dia 30 de outubro, segunda-feira, 18h30. A exposição conta com o apoio da Embaixada dos
Países Baixos no Brasil.
Nas últimas cinco semanas, o artista esteve em residência artística na sede da galeria em Brasília.
Em intenso processo de pesquisa e estudos, descobriu a capital e seu entorno, conviveu muito com
pessoas do local e criou nova série de obras, todas tridimensionais.
Durante sua estada recebeu acompanhamento artístico de João Trevisan e interlocução
curatorial com Malu Serafim, curadora da mostra.
Sobre a exposição:
A mostra individual de André Kruysen “Escultura Ama Modernismo” é o resultado de residência artística de
mais de um mês em Brasília. Todos os trabalhos expostos foram criados em intenso processo de imersão do
artista no universo brasileiro. Ele tem reputação estabelecida na Holanda, onde é também professor na
Universidade da Haia. A precisão contida nas formas modernistas aparece constantemente na obra, tornando-
se ainda mais clara pela escolha do artista em anexar peças antigas de Fusca aos seus corpos híbridos, um carro
que é uma representação direta das formas que estruturam a identidade da cidade, além de marcar o impacto
urbanístico daquele período, algo fundamental para a experiência de Brasília.
Sobre o artista
André Kruysen, Den Haag, 196. Vive e trabalha em Den Haag Educação: KABK, 1987-1992 Rijksacademie,
Amsterdã 1996/1997. Seu trabalho se refere à luz do dia e à estrutura arquitetônica ao redor. Faz intervenções
em espaços que influenciam esses aspectos. Essas intervenções podem resultar em esculturas autônomas ou
esculturas fundidas no espaço. Sua linguagem, de uma forma mais complexa e caótica dos últimos anos se
origina da atual cultura (visual) que está se tornando cada vez mais complicada. A busca de um equilíbrio
pessoal forma o núcleo de seu trabalho. Em meio às intervenções espaciais distorcidas, busca a quietude; a
quietude que ocorre devido ao efeito sagrado da luz do dia. Essa contradição é a base de suas esculturas.
Texto Curatorial
A mostra reúne um conjunto de obras do artista André Kruysen, concebidas a partir de uma proposta de
residência na cidade de Brasília. Assim, múltiplas contaminações são apresentadas para os trabalhos neste
espaço físico inexplorado, e desse desafio surge uma nova dinâmica de encontro. O artista revisita uma
tradição modernista que governa a cidade, constrói esculturas e instalações fortemente contagiadas por essa
arquitetura, com uma obra que retorna ao espaço, o rompendo e o reorganizando.
A precisão contida nas formas modernistas aparece constantemente na obra, tornando-se ainda mais clara
pela escolha do artista em anexar peças antigas de Fusca aos seus corpos híbridos, um carro que é uma
representação direta das formas que estruturam a identidade da cidade, além de marcar o impacto
urbanístico daquele período, algo fundamental para a experiência de Brasília.
Estas formas irregulares revelam-se abertas, em estado vital, esculpidas com um dinamismo que pode até
evocar uma força natural. Texturas e fragmentos emparelham um ruído constante com um silêncio presente
nos elementos industriais e formas geométricas, enquanto as mãos do artista permitem um caos orgânico, de
forma análoga a um vento incessante que esculpe uma velha rocha. A escultura de André alcança e absorve o
que a circunda, existe um nítido domínio do uso da luz e compreensão espacial que a preenche e altera, eles
também são matéria escultórica, transformando constantemente a objeto.
A obra é constituída de movimento e o espectador é guiado para fora da sua própria estabilidade, e assim se
desenham múltiplos pontos de encontro entre sujeito e objeto. Existem limites entre o exterior e o interior da
forma, vazios como os espaços inabitados modernistas, o desejo de experimentar o todo, mas também de ser
devorado pelo que está presentemente sendo exposto ou escondido aos olhos. O trabalho reverbera no nosso
corpo e nos lembra onde estamos no espaço e no tempo, qual é a nossa dimensão e onde estão os nossos
limites.
A escultura dificilmente pode ser vivenciada se o espectador está estático, ela exige ação, é movimento. A
compreensão do objeto é fraturada para o entendimento de sua presença no espaço. Uma forma nunca pode
ser totalmente vista, só pode ser experimentada e imaginada pela condição fenomenológica do espectador,
ela escorrega e nos encontra na dança constante da visualidade.
Serviço
Exposição “ESCULTURA AMA MODERNISMO”
Mostra individual de ANDRÉ KRUYSEN (Holanda)
Apoio da Embaixada dos Paises Baixos no Brasil.
Abertura: Segunda, 30 de outubro, 18h30
Visitação: até 06 de dezembro de 2019. Segunda sexta, 9-18h30 | sábado 10-14h, sempre mediante agendamento