O Primeiro Dia Nacional da Ikebana no Brasil foi marcado, nesta terça-feira (23/9), por uma sessão solene na Câmara dos Deputados. Representantes da diplomacia, integrantes do poder Legislativo e admiradores da cultura japonesa se reuniram para a celebração inédita da data comemorativa que, a partir deste ano, será lembrada a cada dia 23 de setembro.
Lar da maior comunidade Nikkei fora do Japão, com mais de 2,7 milhões de japoneses e descendentes, o Brasil compartilha uma afinidade histórica com a cultura japonesa. A publicação, em janeiro deste ano, da Lei nº 15.098, que instituiu o Dia Nacional da Ikebana no Brasil, tornou ainda mais forte essa relação entre os países, inspirando eventos temáticos e promovendo a divulgação da arte tradicional do Japão junto às futuras gerações.
O Embaixador do Japão no Brasil, HAYASHI Teiji, ressaltou que o Brasil é o primeiro e único país a consagrar oficialmente um dia dedicado à Ikebana, e apontou que a data comemorativa é mais um marco simbólico da constante aproximação entre Brasil e Japão, que completam 130 anos de relações diplomáticas em 2025. “Em junho, este mesmo plenário da Câmara realizou uma sessão especial em homenagem a Sua Alteza Imperial a Princesa Kako. É uma grande alegria poder celebrar hoje, no mesmo lugar, o Dia Nacional da Ikebana”, lembrou o embaixador.
Além do embaixador Hayashi, participaram da homenagem o Deputado Federal Luís Nishimori e o Senador Esperidião Amin, Presidentes dos Grupos Parlamentares Brasil–Japão da Câmara e do Senado, respectivamente; o Deputado Federal Gilberto Nascimento; a Embaixadora Susan Kleebank, Secretária de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores; a presidente da Associação de Ikebana do Brasil, Cristina Mary Kuabara Sototuka; e a Diretora da Ikebana Sogetsu Brasília, Zilah da Costa Raymundo.
Raymundo ofereceu, ainda, ao público da sessão solene, uma demonstração ao vivo de ikebana, acompanhada de uma narração explicativa sobre alguns dos princípios que guiam a arte japonesa centenária. Usando plantas nativas brasileiras, a professora compôs um arranjo original criado especialmente para a ocasião, que foi apreciado pela mesa de representantes do Congresso Nacional e outras autoridades.
Arte centenária
Também chamada kado, ou o “caminho das flores”, a ikebana surgiu no Japão há mais de 500 anos, influenciada pelos ensinamentos do Budismo Zen. Ao longo dos séculos, essa forma de manipular os elementos da natureza para a criação de verdadeiras obras de arte foi adotada pela aristocracia e pelos samurais, posteriormente ganhando popularidade junto a outras classes sociais, ao incorporar diferentes materiais e estilos.
Hoje, a ikebana continua a crescer e se desenvolver, fertilizada pela criatividade de centenas de escolas praticadas no Japão e ao redor do globo. Sua aplicação pode ser vista atualmente não apenas em cenários tradicionais como, por exemplo, elemento fundamental da cerimônia do chá, mas também em exposições, ambientes sofisticados e atividades culturais praticadas por estudiosos, turistas e admiradores da cultura do Japão.
Ano do Intercâmbio da Amizade
A criação do Dia Nacional da Ikebana ocorre no Ano do Intercâmbio da Amizade Brasil-Japão, que celebra os 130 anos de relações diplomáticas entre os dois países. A iniciativa foi anunciada em 2024 e tem promovido o intercâmbio interpessoal em diversas áreas, como cultura, turismo e esporte. Entre os acontecimentos notáveis deste ano histórico, estão a visita de Estado do Presidente Lula ao Japão, em março, e a visita de Sua Alteza Imperial, a Princesa Kako, ao Brasil, em junho.
O público pode acompanhar a programação dos eventos do Ano do Intercâmbio no site oficial e nas redes sociais da embaixada e dos consulados do Japão.
Fonte: Embaixada do Japão.