No DF, grupo de trabalho propõe medidas ao governo local para ajudar o setor
Os bares e restaurantes brasileiros devem cortar até 3 milhões de empregos nos próximos 30 a 40 dias, segundo estimativas do presidente da Abrasel, Paulo Solmucci. O representante dos donos de restaurantes afirma que o faturamento do setor, que tem cerca de 6 milhões de postos de trabalho, caiu a praticamente zero nos últimos dois dias e que não há recursos para cobrir a folha de pagamento.
Ele diz que alertou o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o cenário. Para Solmucci, a única solução é o governo entrar ajudando a pagar salário ou colocando as pessoas no seguro desemprego. Ele afirma que o governo precisa entender que não dá mais para tomar medidas normais porque o país está vivendo um momento excepcional. “Não dá para o estado continuar achando que o mercado vai se ajustar. Agora tem que ter a mão forte do estado para salvar o pequeno empresário do Brasil”, diz Solmucci.
Medidas locais:
O Presidente da Abrasel DF Beto Pinheiro está participando de um grupo de trabalho junto ao GDF, com os representantes dos setores de bares, restaurantes e comércio (Sindhobar, Sebrae e Fecomercio). O objetivo do grupo é propor medidas que possam ajudar os setores a vencer o momento de crise ou pelo menos minimizar as consequências. São três frentes de trabalho: a tributária, para conseguir junto ao GDF o prazo e o parcelamento de impostos e benefícios tributários como ICMS, ISS e IPTU; a frente trabalhista, com o sindicato laboral, que vem tentando várias medidas, dentre elas conseguir um aditivo para convenção coletiva de trabalho com flexibilização de horas de trabalho.
A terceira frente diz respeito à linha de crédito junto ao BRB. O banco anunciou a liberação de R$1 bilhão para comerciantes que tiverem prejuízo nas vendas por conta do Coronavírus. Segundo Beto Pinheiro, a Abrasel DF está assinando um convênio com o BRB para que os associados possam ter acesso a essa linha de crédito com taxas reduzidas. Vale lembrar ainda o empenho da Abrasel em orientar constantemente os associados em medidas para redução de custos, adaptação de cardápios e serviços, e foco no delivery. Segundo Beto, no entanto, “a nossa primeira preocupação é com a saúde pública, e a segunda, com a economia”.