ara honrar, valorizar e incentivar os estudos em Literatura Portuguesa, a Universidade Federal de Goiás (UFG) lançará a Cátedra Lídia Jorge, no dia 19 de março de 2024, às 14h30, no auditório da Faculdade de Letras da UFG. A escritora homenageada transita com leveza entre o leitor comum e o especializado e é considerada um dos nomes mais relevantes no âmbito da cultura e da literatura nos países de Língua Portuguesa, pelo vasto conjunto de sua obra, de potência social e estética destacável. Ela estará presente no dia da solenidade com o objetivo de promover os estudos na área e estabelecer intercâmbio entre discentes, pesquisadores e autores. O evento é aberto ao público.
Com o lançamento, a UFG recebe a 9ª Cátedra de Literatura Portuguesa no Brasil. Segundo a secretária de Relações Internacionais da UFG, Laís Thomaz, a criação da Cátedra é mais do que simplesmente um espaço para estudo da língua, mas também abarca a cultura e fomenta a ampliação do ensino da literatura portuguesa no País. “A Cátedra Lídia Jorge irá integrar a Rede de Cátedras Camões no Brasil e fomentar a interação nesse espaço, propondo projetos, ações de divulgação e intercâmbios, visando a ampliação do ensino de língua portuguesa”, afirmou.
O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, considera que a nova cátedra, e a homenagem a uma das maiores escritoras portuguesas de todos os tempos, coroa um ano muito especial para Portugal. “Em 2024 vamos celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos, em 25 de abril, e os 500 anos do nascimento do nosso grande poeta, Luís Vaz de Camões. E tenho certeza de que essa cátedra dará belos frutos, no próximo futuro”, considerou o embaixador.
O lançamento da cátedra surgiu de um convite da Embaixada Portuguesa, no primeiro semestre de 2023, por meio do Instituto Camões (Centro Cultural Português de Brasília) para que a UFG encaminhasse um representante para o encontro de cátedras no Brasil. Com a criação da Cátedra Lídia Jorge, o Brasil contará com nove Cátedras Camões.
A força de Lídia Jorge
Poeta, contista e, acima de tudo, uma prestigiada romancista, Lídia Jorge iniciou sua profícua carreira com o romance O Dia dos Prodígios, em 1980. Considerada uma das maiores escritoras de Língua Portuguesa, seus textos têm uma relevância importante também pelo empenho de temáticas pós-coloniais, tendo enorme sensibilidade para questões políticas das colônias portuguesas. “Destacam-se, em sua obra de ficção, temas como o passado colonial e ditatorial; as tensões entre a sociedade moderna e pós-moderna; a condição feminina e a emigração”, pontuou o professor.
Seu último livro, Misericórdia, foi lançado em outubro de 2022, a partir de um pedido da mãe da escritora. Mesclado ficção e suas memórias, Lídia Jorge traz uma reflexão sobre a instabilidade na vida moderna e a passagem do tempo
Entre as dezenas de premiações recebidas, destaca-se a condecoração recebida pelo presidente português, Jorge Sampaio, em março de 2005, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique. Também neste ano, foi condecorada como Dama da Ordem das Artes e das Letras, na França, sendo elevada ao grau de Oficial de 2015. Já na Alemanha, Lídia Jorge recebeu o Prêmio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra.
No ano de 2022, a romancista recebeu o Prêmio do Clube das 25, da Associação Feminista Espanhola, pela sua luta pela igualdade de oportunidades. Sua obra mais recente, Misericódia, recebeu ainda o Prêmio Médicis, para melhor livro estrangeiro . As informações são da UFG,