Vozes Indígenas e Transição Verde: Brasil e Austrália juntas rumo à COP30

A Embaixada da Austrália no Brasil promoveu, recentemente, o seminário “Fortalecimento dos Povos Indígenas na Transição Verde”, um encontro marcado por diálogo intercultural, construção de alianças e protagonismo indígena na pauta climática global. O evento, realizado como parte de uma série de ações itinerantes da diplomacia australiana na América Latina, teve como foco central os povos indígenas e seu papel fundamental na transição ecológica e nas discussões rumo à COP30, que acontecerá em Novembro de 2025, em Belém (PA).

O seminário reuniu lideranças indígenas do Brasil e da Austrália com o propósito de promover a troca de experiências, debater os desafios enfrentados por essas populações e destacar as oportunidades de participação efetiva nas políticas públicas voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas. Entre os principais objetivos estavam o fortalecimento dos laços entre povos indígenas de diferentes países, a ampliação do diálogo sobre justiça climática e a valorização do conhecimento ancestral como ferramenta estratégica na preservação ambiental.

Entre os participantes de destaque esteve Kleber Karipuna, uma das principais lideranças indígenas brasileiras na pauta socioambiental. Do lado australiano, participaram as representantes Ruby Heard e Nikkita Lee, que vieram ao Brasil especialmente para o seminário, trazendo a perspectiva das comunidades originárias australianas sobre sustentabilidade, soberania e mudanças climáticas. Outro momento de grande simbolismo foi a presença de Yapoña Guajajara, filho da ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, que reforçou a importância da continuidade das lutas e da articulação das novas gerações indígenas no enfrentamento da crise climática.

O evento destacou o papel central dos povos indígenas na transição verde e na construção de soluções sustentáveis baseadas na convivência harmônica com a natureza. A sabedoria ancestral, aliada ao protagonismo político contemporâneo, foi apontada como essencial para garantir a preservação dos ecossistemas e enfrentar, de forma justa e inclusiva, os efeitos das mudanças climáticas.

O seminário simboliza um passo importante no reconhecimento e na valorização das vozes indígenas em espaços internacionais e multilaterais. Ao estimular o intercâmbio de experiências entre Brasil e Austrália, a iniciativa contribui para o fortalecimento de uma agenda climática que reconheça os direitos, saberes e territórios dos povos originários como parte inseparável da luta global por justiça ambiental.

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