Na véspera do início do 3º Fórum Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, o Centro Nacional de Convenções de Beijing recebeu jornalistas de todo o mundo para uma sessão de recepção e briefing sobre o evento.
O Diário do Povo Online obteve declarações de jornalistas brasileiros que vão realizar a cobertura do fórum.
Juliano Lencioni, da TV Bandeirante, destaca que a Iniciativa Cinturão e Rota é “um dos maiores programas de comércio internacional do mundo”. Apesar do Brasil não ser um membro da iniciativa, o jornalista refere que “o Brasil está no BRICS e a China é o nosso maior parceiro comercial, então existem muitas parcerias e muitos projetos em desenvolvimento”. A participação brasileira no BRICS “que já é um grande bloco econômico, garante ao Brasil muitas parcerias com a China”, informa.
Juliano Lencioni explica que a cobertura do evento por parte da imprensa brasileira, que ocorre mediante um programa do Ministério das Relações Exteriores, se deve também à participação de figuras de liderança mundial e à importância dos diálogos agendados.
Ranielly Veloso, da TV Meio Norte, sobre a ICR, salienta o “simbolismo” da quantidade de parcerias que a China conseguiu firmar no décimo aniversário da iniciativa.
“Para mim, eu que sou do Brasil, que tem a China como um dos principais parceiros comerciais, eu vejo esses 10 anos, essa primeira década do Cinturão e Rota, como um grande avanço da China na configuração geopolítica mundial”, afirma.
A jornalista brasileira antevê que a participação do Brasil na ICR será “uma questão de tempo”, lembrando que, apesar disso a China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil.
Após dois meses de estadia na China, Ranielly Veloso pôde testemunhar a interação e o contributo entre a China e vários outros países participantes.
“Países que não tinham a mínima condição de infraestrutura e a China vai lá e investe, vai lá e financia. Certo é que a China conseguiu, nesses 10 anos, contratos que somam mais de 2 trilhões de dólares. É muito dinheiro para a China também. Mas a gente vê um retorno para esses países. Então, isso é um aspecto positivo que, na minha opinião, esses países não conseguiriam sem o apoio da China, porque é a segunda potência mundial, economicamente falando”, ressalta.
“A China, por exemplo, está envolvida na construção de uma ferrovia importante no nordeste brasileiro, que é na Bahia, entre Ilhéus e Caetité, que é uma parte dessa integração dessa ferrovia leste-oeste da Bahia. Ela vai melhorar o transporte de mercadorias que foram produzidas pela indústria brasileira. Então, eu vejo o interesse da China de compartilhar os seus avanços tecnológicos para melhorar também a economia de outros países. Esse é um ponto que eu destacaria”, explica, aludindo à cooperação bilateral que está se desenrolando, apesar do Brasil não fazer parte da ICR.