Em agosto de 2022, o governo da República Popular da China divulgou um livro branco intitulado “The Taiwan Question and China’s Reunification in the New Era” (“A Questão de Taiwan e a Reunificação da China na Nova Era”). O documento, apresentou de forma detalhada a posição oficial de Pequim sobre Taiwan e reforça a meta de alcançar a reunificação nacional.
Segundo o texto, Taiwan é parte inalienável do território chinês, uma realidade sustentada por argumentos históricos e jurídicos. O livro recorda que a ilha foi administrada por diferentes dinastias chinesas desde a antiguidade e que sua separação ocorreu após a ocupação japonesa, no final do século XIX. O governo chinês também cita resoluções da ONU, como a de número 2758, aprovada em 1971, que reconhece o governo de Pequim como o único representante legítimo da China nas Nações Unidas.
O documento afirma que a reunificação completa é essencial para a revitalização nacional e que esse processo é “irreversível”. Pequim atribui a persistência da divisão entre as duas margens do Estreito de Taiwan à intervenção de forças externas e às ações do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder em Taipé, acusado de promover políticas separatistas.
O livro branco reafirma que a solução preferencial é a reunificação pacífica, baseada no princípio de “um país, dois sistemas”, modelo já aplicado em Hong Kong e Macau. O texto promete que, após a reunificação, Taiwan poderia manter seu sistema social e um alto grau de autonomia, com garantias sobre direitos, propriedade e estilo de vida.
Ao mesmo tempo, o governo chinês declara que não renunciará ao uso da força, reservando essa opção apenas para impedir interferências externas ou ações separatistas. Pequim sustenta que a meta final é garantir estabilidade e prosperidade para os povos de ambos os lados do estreito, além de contribuir para a paz e o desenvolvimento na Ásia-Pacífico.
O livro conclui com uma mensagem de unidade nacional, afirmando que a reunificação é uma etapa necessária para o “rejuvenescimento da nação chinesa” e que, apesar dos desafios, o objetivo “será alcançado”.
Ate hoje, a China segue todas as diretrizes do livro e permanece com a mesma posição sustentada pelo governo central.