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Brasileiros estão cada vez mais interessados nas atrações turísticas do Peru, garante Pedro Pablo Delgado

Entrevista exclusiva com representante do MRE peruano

por Fabiana Ceyhan
19 de agosto de 2023
Reading Time: 7 mins read

Em sua visita ao Peru, a jornalista Fabiana Ceyhan reuniu-se com o diplomata Pedro Pablo Delgado, representante do Ministério das Relações Exteriores do Peru em Cusco.

O tópico principal da conversa foi o turismo, em especial na região de Machu Picchu, chamada de a “Cidade Perdida dos Incas”. Localizada a 2.430 metros acima do nível do mar, foi construída no século XV e posteriormente abandonada. O local é conhecida pelas sofisticadas muralhas de pedra, cujos imensos blocos foram unidos sem o uso de argamassa. Esse sítio arqueológico atrai cada vez mais brasileiros.

Confira a entrevista na íntegra:

Quantos turistas Cusco recebe por ano?

Cusco é o principal destino turístico do Peru. Segundo dados do Ministério de Comércio Exterior e Turismo do Peru (Mincetur), em 2021 a cidade recebeu 1,4 milhão de passageiros, enquanto a capital Lima recebeu 1,1 milhão no mesmo ano. Em 2020, 1 milhão de passageiros foram registrados chegando a Cusco, o que indica um aumento de 31,9% em 2021. 

Sobre a visita às principais atrações turísticas, segundo o MINCETUR, em 2021 a cidade inca de Machu Picchu foi a mais visitada, com 461 mil entradas, o que significou uma recuperação de 71,1% em relação ao ano anterior. Da mesma forma, Saqsayhuaman alcançou um total de 325 mil visitas, Ollantaytambo 296 mil visitantes e o Complexo Arqueológico Moray foi visitado por 261 mil pessoas.

Em 2022, o Santuário Histórico de Machu Picchu recebeu mais de 1 milhão de visitantes, mais que o dobro do número registrado em 2021. Deste valor, os visitantes nacionais representaram 31,4% e os estrangeiros 68,6%. De referir que o valor alcançado em 2022 é 34,5% inferior ao registado em 2019. Em 2022, destacaram-se as visitas ao Complexo Arqueológico Moray e à Reserva Nacional de Paracas, totalizando 511.000 e 458.000 visitantes, respetivamente.

Deve-se notar que o número máximo de pessoas permitidas para entrar diariamente na Cidadela de Machu Picchu é 4.044 pessoas, distribuídas em diferentes horários de entrada ao longo do dia. 

O que o Peru está fazendo para preservar o patrimônio mundial de Machu Picchu? Ajuda da UNESCO?

O Santuário Histórico de Machu Picchu, localizado na província de Urubamba, Cusco, passou por diversas ações de escavação, proteção e manutenção desde sua descoberta em 1911. Em 1981, foi declarado área intangível, abrange 32.592 hectares e está rodeado por uma zona de buffer que excede o tamanho do Santuário. 

Além disso, como o Peru faz parte da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, em 9 de dezembro de 1983, Machu Picchu foi declarado “Patrimônio da Humanidade” pela UNESCO, o que confirma seu “excepcional valor universal” .e pertencentes ao patrimônio comum da humanidade. A convenção estabelece diversas obrigações para os Estados Partes que possuam bens do patrimônio cultural e natural inscritos na “Lista do Patrimônio Mundial”, como é o caso de Machu Picchu.

Internacionalmente, o Peru também faz parte da Convenção de Haia para a Proteção de Bens Culturais em Caso de Conflito Armado (1954), do II Protocolo da Convenção de Haia de 1954, para a Proteção de Bens Culturais em Caso de Conflito Armado (1999); da Convenção sobre os Meios de Proibir e Prevenir a Importação, Exportação e Transferência Ilícitas de Propriedade de Bens Culturais, 1970 (em vigor em janeiro de 1980). A nível regional, destaca-se a Convenção sobre a Defesa do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Artístico das Nações Americanas (Convenção de San Salvador), de 1976.

Da mesma forma, o Peru tem uma Lei Geral do Patrimônio Cultural da Nação, que declara a identificação, registro, inventário, declaração, proteção, restauração, investigação, conservação, valorização, divulgação e restituição do Patrimônio Cultural da Nação. Da mesma forma, o Peru subscreveu à Convenção UNIDROIT sobre bens culturais roubados ou exportados ilegalmente. 

Nesse contexto, o Peru promove, como parte de sua política externa, a assinatura de acordos para a Proteção e Restituição de Bens Culturais. Peru e Brasil assinaram em 1996, em Brasília, um Acordo para Recuperação de Bens Culturais Roubados ou Exportados Ilegalmente, em vigor desde 2002.

A conservação do Santuário Histórico de Machu Picchu, que inclui o Parque Arqueológico Nacional de Machu Picchu, é responsabilidade do Estado peruano. Para isso, a Unidade de Gestão do Santuário Histórico de Machu Picchu foi criada em 1999, com o objetivo de liderar as estratégias contidas nos Planos Diretores, que são os documentos orientadores atualizados periodicamente para a gestão do Santuário e seu Parque Arqueológico. A UGM é composta por representantes dos Ministérios da Cultura, Meio Ambiente e Comércio Exterior e Turismo, do Governo Regional de Cusco, que atua como Presidente do Comitê Executivo, e do Município de Machu Picchu. 

A implementação do Plano Diretor está especificamente a cargo da Sede do Santuário Histórico de Machu Picchu do Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (SERNANP-SHM) e da Sede do Parque Arqueológico Nacional de Machu Picchu da Direção Descentralizada de Cultura de Cusco (DDC/Cusco). A aplicação deste Plano Diretor permite ao homem ter o patrimônio arqueológico mais importante do país em ótimas condições, o que inclui trabalhos permanentes de cuidado, manutenção e preservação da Llaqta (cidadela), a Rede de Trilhas Incas, bem como o patrimônio natural em que está imerso no Santuário. Da mesma forma, permite a realização de obras de restauro e valorização dos monumentos arqueológicos aí localizados.

No âmbito dos compromissos assumidos pelo Peru derivados da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, a UNESCO realiza visitas anuais a Machu Picchu e elabora relatórios técnicos sobre os fatores que afetam o Santuário, apresentando recomendações para preservar tanto sua monumental- aspecto arquitetônico, como seu ambiente natural. Ele se reúne regularmente com funcionários do governo e representantes da comunidade local para avaliar o progresso na implementação do Plano Diretor. Também faz recomendações sobre o desenvolvimento urbano de Aguas Calientes, cidade localizada aos pés de Machu Picchu, formas de aumentar a participação social das comunidades locais, monitoramento de flora e fauna, aplicabilidade do plano de preparação de riscos, etc.

Um dos projetos em andamento é a criação de um Centro de Visitantes, que será um ponto de passagem obrigatório para todos os turistas,, fornecendo informações relevantes sobre Machu Picchu e incluirá uma zona de indução onde serão projetados vídeos informativos. Prevê-se a incorporação do centro de visitantes ao museu local Manuel Chávez Ballón. Este Centro de Visitantes será o ponto de entrada obrigatório para Llaqta e, desta forma, busca diversificar as rotas de acesso a Machu Picchu.

Existe uma estimativa de quantos brasileiros visitam o Peru por ano?

De acordo com as estatísticas do Ministério de Comércio Exterior e Turismo do Peru, de janeiro a julho de 2023, 1.327.666 turistas internacionais entraram no Peru, dos quais 62.899 eram brasileiros, correspondendo a 4,7% do total de turistas no referido período. Eles são quinto maior grupo de turistas internacionais depois do Chile, Estados Unidos, Equador e Colômbia. Em 2022, o total de turistas foi de 2.009.275, sendo que 89.418 turistas brasileiros entraram no Peru, ou 4,5% do total. Deve-se notar, no entanto, que o turismo no Peru ainda não recuperou os níveis pré-pandêmicos. Por exemplo, em 2018, entraram no Peru 4.419.930 turistas estrangeiros, dos quais 4% eram brasileiros, ou seja, 177.711 pessoas. Acrescente-se que nos últimos 10 anos o Brasil foi o quinto país que mais envia turistas ao Peru, representando cerca de 4,2% do total de turistas que o Peru recebe nesse período. 

Quais são as considerações ou senhor, gostaria de falar sobre as relações entre Peru e Brasil?

Como diretor do Escritório Descentralizado do Ministério das Relações na cidade de Cusco, destaco que, devido aos estreitos laços do Peru com o Brasil, com quem compartilhamos a fronteira mais longa (2.995 km), nossas relações estão no nível da “Aliança .Estratégico”.

É neste contexto que Peru e Brasil assinaram em 2009 um “Acordo Quadro para o estabelecimento da Zona de Integração Peru-Brasil” (ZIF), que abrange uma área de 867.0022,25 km2 e é composta por três setores adjacentes de nossa fronteira. No caso do Peru isso inclui áreas fronteiriças dos departamentos de Loreto, Ucayali e Madre de Dios. Além disso, apesar de não ser uma região fronteiriça, na região de Cusco, a ZIF inclui a província de Quispicanchi. No caso do Brasil, estão incluídos vários municípios dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas vivam nesta Zona de Integração Fronteiriça.

A Associação Estratégica entre Peru e Brasil tem como principal objetivo a integração econômica e social em suas áreas fronteiriças, promovendo programas de desenvolvimento e integração fronteiriça, eliminando obstáculos ao comércio e trânsito bilateral, promovendo a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, fortalecer as capacidades dos governos locais, regionais e estaduais, promover o aprendizado de português e espanhol, desenvolver e fortalecer a infraestrutura de integração física e conectividade, etc.

Nesse grande contexto, um dos maiores projetos de integração fronteiriça entre Peru e Brasil é a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), que no caso da integração peruano-brasileira inclui o Corredor Rodoviário Interoceânico Sul (IIRSA Sur), que atravessa o sul do Peru, desde o porto de San Juan Marcona,  na província de Nazca, região de Ica, até Iñapari, na fronteira com o Brasil, na região de Madre de Dios.

Da mesma forma, em 2006 foi inaugurada a ponte internacional Iñanpari-Assis, como parte da rodovia interoceânica peruana-brasileira, um eixo de ligação rodoviária que conecta o Oceano Atlântico, na ponta brasileira, com o Oceano Pacífico na ponta peruana.

A IIRSA Sul liga a costa e as montanhas e a selva do Peru, estendendo-se de oeste a leste até Ippaari, em Madre de Dios, e por esta cidade, cruzando a ponte Ippaari-Assis, liga o Peru ao Brasil. Vale ressaltar que esta grande estrada atravessa a província cusquenha de Quispicanchi e especificamente sua capital Urcos, o que permite aos turistas brasileiros e certamente peruanos percorrer todo o Peru, e visitar uma das regiões peruanas de maior beleza natural e histórica, Cusco. Quispicanchi em quechua significa “lugar brilhante” e é uma província rica em paisagens naturais, história e geografia, como Quispicanchi, por sua localização geográfica se conecta à costa montanhas e selva do Peru. Lá fica a grande lagoa dos Urcos; vestígios arqueológicos pertencentes à cultura Wari e Inca, como as ruínas de Pikillacta; as grandes coberturas de pedra Rumicolca; e os andenes e muralhas de Tipón, correspondentes ao período inca. Da mesma forma, durante o Virreinato, em Quispicanchi floresceram as artes plásticas e a arquitetura barroca, adornando os templos e igrejas da província, especialmente de Huaro e Andahuaylillas, conhecidos por sua impressionante arquitetura colonial.

Nesse sentido, graças à Aliança Estratégica Peru-Brasil, ao desenvolvimento da ZIF e à construção da estrada IIRSA Sul, os cidadãos brasileiros podem chegar por terra, desde o município de Assis (no Acre), até a província cusquenha de Quispicanchi , conhecer sua beleza natural, paisagística e monumental e, ao mesmo tempo, cheguar à cidade de Cusco, capital da região de Cusco, em cerca de uma hora, com um percurso de 46 quilômetros.

Tags: Brasilmachu picchuPeruRelações Exterioresturismo
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