A capital do Cazaquistão está sediando esta semana o Astana International Forum (AIF), reunindo líderes mundiais, políticos e figuras proeminentes de vários campos de atuação em um diálogo sobre o futuro da humanidade.
O fórum internacional, que iniciou nesta quinta-feira, 8 de junho, promete ser um caldeirão de ideias inovadoras, discussões críticas e iniciativas colaborativas. Delegados de mais de 100 países participam do evento de dois dias.
Com o tema central “Enfrentar desafios por meio do diálogo: rumo à cooperação, ao desenvolvimento e ao progresso”, o AIF visa ser uma plataforma para trocar ideias e explorar tecnologias emergentes. Serão abordadas questões globais prementes em quatro tópicos principais: economia e finanças; energia e mudanças climáticas; desenvolvimento internacional e sustentabilidade; e política externa e segurança internacional.
Ao anunciar a iniciativa em fevereiro, o presidente Kassym-Jomart Tokayev disse que o fórum quer “responder aos desafios globais”.
“Diante dos desafios globais, continuamos comprometidos com a cooperação global, defendendo o diálogo, o comércio, o multilateralismo e a troca de ideias. Continuaremos a defender o direito internacional e a buscar um envolvimento construtivo com nações de todo o mundo. Nesse contexto, lançamos o Astana International Forum, uma nova conferência que servirá como ferramenta para a reconstrução de uma cultura de multilateralismo a nível global. Mais importante ainda, o Forum também fornecerá novos meios para amplificar vozes que geralmente são minimizadas ”, escreveu ele em artigo no jornal The Astana Times.
Quem estará presente
Na lista de palestrantes estão chefes de estado, organizações internacionais, acadêmicos importantes e formuladores de políticas, incluindo o emir do Estado do Catar Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, o presidente do Quirguistão, Sadyr Zhaparov, o presidente da Bósnia e Herzegovina, Željka Cvijanović, o primeiro-ministro do Uzbequistão, Abdulla Aripov, a diretora administrativa do FMI, Kristalina Georgieva, a diretora-geral da UNESCO), Audrey Azoulay, a subsecretária das Nações Unidas e Secretária Executiva da ESCAP, Armida Salsiah Alisjahbana, e a secretária-geral adjunta da ONU, Ivana Živković.
Eles fizeram discursos importantes, juntamente com o presidente Kassym-Jomart Tokayev.
A jornalista Fabiana Ceyhan representou o Brasil.
Economia e finanças
As sessões sobre economia e finanças abordarão medidas de recuperação econômica e construção de resiliência, economia criativa para promover o crescimento sustentado e inclusivo, avanço da liderança feminina, fortalecimento da conectividade eurasiana, digitalização e Inteligência Artificial.
Energia e mudanças climáticas
Essa sessões vão abordar a transição energética global, mitigação das mudanças climáticas e práticas sustentáveis. A transição verde estará no centro das discussões.
O Cazaquistão embarcou em um caminho de transição verde em 2013, quando adotou o conceito de transição para uma economia verde. Em 2020, o país se comprometeu a alcançar a neutralidade de carbono até 2060, e a estratégia para esse objetivo foi adotada em fevereiro.
Desenvolvimento internacional e sustentabilidade
As sessões aprofundarão o impacto das tensões geopolíticas no desenvolvimento global, o impacto da interrupção da cadeia de suprimentos global na segurança alimentar, preparação para a saúde global, desinformação e o poder dos algoritmos e educação para todos.
Uma das sessões se concentrará na preparação global para futuras epidemias e pandemias, apenas um mês após a Organização Mundial da Saúde anunciar o fim da pandemia de COVI9-19, que matou milhões de pessoas em todo o mundo.
Política externa e segurança internacional
Do futuro do multilateralismo ao papel da ONU na atual ordem global, as sessões contarão com palestrantes como Miroslav Jenča, Secretário-Geral Adjunto para Europa, Ásia Central e Américas do Departamento de Assuntos Políticos da ONU, José Manuel Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia e presidente não executivo da Goldman Sachs International, e Thomas Greminger, diplomata suíço e ex-secretário-geral da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Um dos destaques do fórum é a apresentação do livro “The New Kazakhstan: Steering the Steppe Amid a Global Storm” no dia 9 de junho, escrito pelo economista americano Nouriel Roubini, conhecido como Dr. Doom por prever a crise financeira global de 2008.