Desenvolvido desde a década de 1990, projeto registra a vida e os costumes de dez etnias que guardam as florestas do Brasil
Foi em 1997, durante a primeira viagem que fez à Amazônia como fotógrafo da revista Veja, que Ricardo Stuckert esteve com os Yanomami, um dos maiores grupos indígenas da América do Sul. Ficou fascinado pela riqueza cultural da etnia e também pela sua capacidade de preservar a cultura e tradição milenares. Na aldeia, Stuckert conheceu Penha Góes, uma mulher Yanomami de 22 anos com uma história escrita em um olhar. Nascia uma das fotografias mais importantes da sua carreira.
Quase vinte anos depois, Stuckert decidiu retornar à comunidade para fotografá-la novamente. A partir deste momento, o fotógrafo brasiliense teve a certeza de que tinha uma importante missão: registrar de forma mais ampla a vida dos povos originários como uma maneira de homenageá-los e, ao mesmo tempo, mostrar a importância desta cultura e deste universo tão fantástico e delicado.
Depois da viagem à aldeia Yanomami, Stuckert deu início a uma verdadeira jornada para as mais diversas regiões do Brasil. Dessa peregrinação, nasceu o livro Povos originários: guerreiros do tempo, lançamento da Tordesilhas Livros. A publicação traz histórias e fotos, como a de Penha, que foram coletadas ao longo desse trabalho documental.
Com olhar sensível e habilidade técnica adquirida ao longo dos mais de trinta anos de carreira, o fotógrafo mostra a diversidade e a pluralidade da cultura indígena, além de ressaltar a importância destes povos como guardiões da floresta.
Após pesquisa minuciosa e conversas com os indígenas que autorizaram a entrada de Stuckert nas comunidades, a obra foi dividida em capítulos dedicados às dez etnias escolhidas para serem retratadas pelo fotógrafo. Em edição bilíngue e capa dura, o livro reúne textos escritos por antropólogos, sociólogos e integrantes das próprias comunidades.
Com destaque nacional e internacional por sua atuação como fotógrafo político, além do seu trabalho como diretor de fotografia do longa Democracia em Vertigem, indicado ao Oscar de Melhor Documentário, em 2020, Ricardo Stuckert capturou as singularidades e tradições de cada um dos povos originários que compõe a obra, fazendo as imagens ganharem o mundo.
Em 2016, Stuckert recebeu a medalha de ouro na categoria Muscat-Pessoas, no Oman 1st Internacional Photography Circuit, concurso de fotografia que reuniu participantes de 45 países. A foto premiada é a mesma da capa de Povos originários: guerreiros do tempo. Em 2020, a mesma imagem foi dada de presente ao Papa Francisco, um notório defensor dos povos indígenas da Amazônia.
Mais do que retratar as tradições e costumes dos grupos indígenas, sob as lentes precisas de Stuckert, Povos originários: guerreiros do tempo destaca a beleza e a alma daqueles que estão na linha de frente da luta pela preservação dos nossos recursos naturais.
O livro Povos Originários: guerreiros do tempo será lançado no 15/3 e estará disponível para venda em todas as livrarias do Brasil e no site da editora www.tordesilhaslivros.com.br.
Ficha técnica:
Título: Povos originários: guerreiros do tempo
Autor e fotógrafo: Ricardo Stuckert
Tradução para o inglês: Hugo Moss
Editora: Tordesilhas Livros
Número de páginas: 280
Formato: 23,4 x 26,9 cm
Sobre o autor:
Ricardo Stuckert (@ricardostuckert) tem mais de trinta anos de profissão. Começou a fotografar a Amazônia e teve seu primeiro contato com os povos originários do Brasil em 1997. Desde então, por meio de suas lentes, procura mostrar a diversidade e a pluralidade da cultura indígena, além de ressaltar a importância destes povos como guardiões da floresta. Carrega a tradição e a experiência da família Stuckert, atuando predominantemente nas áreas de fotojornalismo e fotografia artística documental.