O ataque realizado por drones armados na Colômbia em agosto passado, que deixou seis policiais mortos, marca um ponto de virada na segurança da América Latina. Esse é um dos primeiros registros confirmados do uso ofensivo dessa tecnologia na região, até então mais associada a contrabando e reconhecimento. O episódio evidencia que países como o Brasil, com 16.886 quilômetros de fronteiras terrestres e desafios semelhantes aos colombianos, estão expostos a riscos crescentes envolvendo facções, tráfico e terrorismo.
Hen Harel, fundador e CEO da Ôguen, empresa brasileira especializada em segurança perimetral 3D e parceira de tecnologias israelenses de proteção, avalia que o país precisa agir antes de enfrentar um episódio semelhante.
“O ataque na Colômbia mostra que drones não são mais apenas instrumentos de reconhecimento, eles se tornaram armas ofensivas. O Brasil não pode esperar para reagir depois de um primeiro ataque, precisa se antecipar e investir em sistemas que detectem e neutralizem essas ameaças com eficiência”,
afirma.
O potencial destrutivo de drones armados em solo brasileiro preocupa especialistas do setor. Refinarias, aeroportos e grandes eventos estão entre as infraestruturas críticas mais suscetíveis a esse tipo de ação, que pode ser conduzida de forma autônoma e até com kits anti-jamming capazes de burlar defesas convencionais. Experiências internacionais, como o reforço da fronteira entre Estados Unidos e México, mostram que o futuro da proteção passa pela integração entre barreiras físicas, inteligência artificial e domínio do espectro eletromagnético, criando camadas de defesa capazes de neutralizar drones em diferentes estágios de operação.
Para Hen Harel, a adoção de tecnologias avançadas no Brasil é uma necessidade urgente e não mais uma discussão de longo prazo. Ele defende que o país deve aprender com modelos já aplicados em fronteiras e operações militares internacionais.
“A forma mais eficiente de enfrentar drones que já operam em modo autônomo e com recursos de bloqueio de sinal é adotar soluções multicamadas. A integração entre meios eletrônicos, como radares, inteligência artificial e domínio do espectro, e barreiras físicas de neutralização garante ao Brasil a capacidade de proteger seu território e assegurar a segurança de suas populações e ativos estratégicos.”,
conclui.
Fonte: Ôguen