Embaixadora do Reino Unido no Brasil relata transplante de figado após dengue

Em meio a uma nova missão diplomática, Stephanie Al Qaq enfrenta uma batalha pela vida após contrair dengue e precisar de um transplante de fígado.

Stephanie Al-Qaq, embaixadora do Reino Unido no Brasil, enfrentou uma grave crise de saúde após ser infectada pelo vírus da dengue em 2024. Segundo a materia publicada no portal Tela ela informou que inicialmente parecia apenas um mal-estar evoluiu rapidamente para uma hepatite fulminante — uma condição rara e potencialmente letal, que acomete menos de 1% dos infectados pela doença. A trajetória de Stephanie, que já havia cultivado uma forte ligação com o Brasil durante sua atuação diplomática entre 2007 e 2012, transformou-se em uma verdadeira luta pela sobrevivência.

A infecção ocorreu logo após seu retorno a Brasília, vindo da cúpula do G20, um evento de grande relevância política e econômica. Mesmo conhecendo os riscos das enfermidades tropicais e utilizando repelente, Stephanie acabou sendo picada pelo mosquito transmissor. A princípio, os sintomas pareciam ser apenas sinais de cansaço, mas a persistência dos sinais a levou a procurar atendimento médico. Um exame de sangue revelou um quadro alarmante: a dengue havia desencadeado uma hepatite fulminante, comprometendo de maneira severa o funcionamento do fígado.

A Urgência de um Transplante

Os médicos informaram que apenas um transplante de fígado poderia salvá-la — uma notícia impactante, considerando a complexidade e os riscos do procedimento. A taxa de mortalidade associada à hepatite fulminante é alta, e encontrar um doador compatível em tempo hábil representa um enorme desafio. Diante desse cenário crítico, Stephanie reuniu forças para resistir até que surgisse a chance de receber um novo órgão.

O papel do sistema de saúde brasileiro, universal e gratuito, foi decisivo no sucesso de seu tratamento. Houve uma colaboração intensa entre médicos brasileiros e britânicos, e foi adotada uma abordagem inovadora: uma terapia de hemodiálise com plaquetas, criada por especialistas indianos. O tratamento consistia na filtração do sangue em paralelo à transfusão de plaquetas — um processo descrito por Stephanie como extremamente doloroso e exaustivo. Além da dor física, ela conviveu com o medo constante da morte e momentos de inconsciência, como se estivesse se desligando da própria existência.

A Cirurgia e o Renascimento

Após cinco dias de internação, sentindo que a vida lhe escapava, Stephanie ouviu de seu marido um apelo: que resistisse por mais um dia. Essa súplica foi crucial. A falência do fígado, responsável por eliminar toxinas do organismo, colocava sua vida em risco iminente. Finalmente, um órgão compatível foi disponibilizado, e a cirurgia — que durou onze horas — foi conduzida por uma equipe médica mista, composta por profissionais brasileiros e um médico britânico.

No pós-operatório, Stephanie permaneceu em estado crítico, lutando pela vida. Quando despertou, fez uma proposta simbólica ao seu companheiro: renovar os votos de casamento — um gesto de gratidão e de valorização da vida e do amor que a sustentaram durante a crise. Embora hoje conviva com limitações importantes, como o uso contínuo de medicamentos e cuidados especiais, sua visão é positiva. Em suas palavras: “ganhei uma alma brasileira” — frase que resume não apenas sua jornada de superação, mas também a profunda conexão que construiu com o Brasil e seu povo.

A Jornalista Fabiana Ceyhan deseja a Embaixadora os melhores votos de saúde e paz.

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