Embaixada da França terá reunião com o Ministério da Agricultura

Indústrias de carnes anunciaram interrupção no fornecimento para a divisão brasileira da rede, depois de declarações do CEO contra o produto do Mercosul

A Embaixada da França em Brasília solicitou ao Ministério da Agricultura, nesta segunda-feira (25/11), uma audiência entre o embaixador francês na capital federal, Emmanuel Lenain, e o ministro Carlos Fávaro para tratar da escalada na crise causada pelas declarações do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard.

O objetivo do encontro, que ainda não tem data para ocorrer, é aliviar a tensão gerada pela declaração do executivo francês — segundo a qual, a venda de carnes do Mercosul nas lojas na França está barrada — e a retaliação do agronegócio brasileiro, que interrompeu o fornecimento de proteínas animais à rede no Brasil desde sexta-feira (22/11). A informação foi divulgada pelo Broadcast/Estadão e confirmada pela reportagem com fontes a par do assunto.

A equipe de Fávaro está verificando a agenda para marcar o encontro. A Pasta quer “resolver essa questão”, disse uma pessoa próxima ao ministro. Procurada, a embaixada da França ainda não se manifestou.

A crise escalou rapidamente nos últimos dias. Empresas de carne de aves e suínos também aderiram ao boicote ao Carrefour no Brasil. Outros setores defendem a interrupção de negócios com a rede francesa.

Nesta segunda-feira (25/11), o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, disse em um encontro de adidos agrícolas em Brasília que a reação do governo brasileira mira “inverdades” ditas pelo CEO do Carrefour sobre a qualidade e a sanidade do produto brasileiro.

Segundo Rua, não houve exportação de carnes de aves do Brasil para a França em 2024 e apenas dois contêineres de carne bovina foram embarcados para lá. O fluxo comercial desses produtos com os franceses é tido como “irrelevante” pelo setor e o governo, mas ambos ponderam o potencial dano à imagem do agronegócio nacional a partir das declarações de Bompard.

“Do ponto de vista de comércio, não há qualquer impacto, mas naturalmente o governo brasileiro está se manifestando do ponto de vista da imagem. Quando é citado que a produção brasileira não cumpre com requisitos, com normas, que teria normas mais frouxas, isso não é verdade. O governo brasileiro tem sido muito enfático em reiterar a qualidade, a sanidade e a sustentabilidade das nossas proteínas”, disse Rua a jornalistas no evento.

Fonte: GloboRural

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