O Reino do Marrocos quer o apoio do Brasil para implementar parceria com a Zona de Paz do Atlântico Sul (ZOPACAS), com foco na segurança internacional. Esta foi a mensagem do Embaixador do Marrocos no Brasil, Nabil Adghoghi, que se reuniu nesta segunda-feira, 15, com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), deputado Lucas Redecker (PSDB-RS).
De acordo com ele, “uma maior abertura da ZOPACAS para outros países pode contribuir para a estruturação da defesa do Atlântico Sul. Hoje, 90% dos atentados terroristas ocorrem no Sahel e temos que evitar que esse fenômeno migre para o Atlântico Sul”, explicou.
Em maio, Brasil e Marrocos retomarão as reuniões do Mecanismo de Consultas Políticas, oportunidade em que os africanos colocarão esta agenda em discussão. Além disso, no mês de junho, instituições marroquinas realizarão, em conjunto com a Escola Superior de Defesa (ESD), um seminário para tratar do tema.
“A pirataria e o terrorismo no Atlântico Sul, são ameaças preocupantes e devemos agir de forma contundente para não repetirmos o que se deu no Chifre da África”, advertiu o deputado. “O Brasil retomou a ZOPACAS em 2023 e deve fazer deste mecanismo, o principal pilar da cooperação internacional em segurança no Atlântico Sul”, afirmou.
Fertilizantes
Nabil Adghoghi também reforçou o compromisso do Marrocos com a exportação de fertilizantes e a construção de duas fábricas do insumo em São Luís (MA) e Barcarena (PA), por parte da OCP, a maior produtora mundial de fertilizantes fosfatados e líder em nutrição de plantas. A empresa está presente no Brasil desde 2009 e tem estratégia de expansão de investimentos diretos no país.
Para Lucas Redecker, “quanto mais parceiros o Brasil tiver para o fornecimento de fertilizantes melhor para a nossa agricultura e nós percebemos o comprometimento do Marrocos com o nosso agro”, assinalou.