Em comemoração aos 200 anos da presença oficial suíça no Brasil, os Correios lançaram ontem (26)uma emissão postal especial da Série Relações Diplomáticas.O evento do lançamento aconteceu na Sede da Embaixada da Suiça em Brasíliacom a presença de vários funcionários dos Correios do Brasil e convidados da Embaixada.
A imagem do selo foi eleita pelos seguidores das redes sociais da Embaixada da Suíça no Brasil. A ideia foi unir, em uma única imagem, dois símbolos importantes das culturas suíça e brasileira, sendo que o Matterhorn e o Pão de Açúcar foram as imagens mais votadas.
O imponente monte suíço, o morro brasileiro na baia da Guanabara e o céu foram pintados separadamente, utilizando-se a técnica de aquarela. A montagem foi feita digitalmente, mesclando as paisagens e suas vegetações tão distintas. O lago suíço se dissolve nas águas da baia e dois veleiros deslizam, portando cada um a bandeira do respectivo país.
A emissão, com tiragem de 240 mil exemplares, é composta por um único selo, com valor facial de R$ 2,15. A peça está disponível nas principais agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios.
Com informações dos Correios do Brasil
om informaççoe
Presença suíça no Brasil: 200 anos de história
Foi em 1817 que se iniciaram as negociações entre o Cantão de Friburgo e a Coroa portuguesa para uma possível instalação de uma colônia Suíça em território brasileiro. A proposta foi apresentada por Sebastien Nicolau Gachet, em viagem ao Rio de Janeiro. A empreitada de Gachet foi apoiada pela Coroa portuguesa, e Tomás Antônio Vilanova Portugal, Ministro e Secretário dos Negócios do Reino, foi nomeado por João VI para organizar a nova colônia. Os primeiros suíços chegaram ao Rio de Janeiro somente em 1819.
O projeto emigratório do Cantão de Friburgo foi estimulado devido ao contexto de crise econômica após o fim das Guerras Napoleônicas em 1815. O objetivo de Gachet era incentivar os colonos ao trabalho com manufatura, sobretudo têxtil, uma indústria que ainda era pouco explorada no Brasil, e também estimular a ocupação de terras para a agricultura. Por outro lado, a própria Coroa Portuguesa, instalada no Rio de Janeiro desde 1808, vinha aos poucos implementando uma política de desenvolvimento do território. Nesse caso, considerava-se essencial a abertura de estradas que facilitassem a comunicação da Corte com o extenso território da América portuguesa e, também, o incentivo à ocupação de regiões pouco povoadas. A experiência com os imigrantes suíços foi pioneira neste sentido, embora não tenha sido a única. Na mesma época, foram fundadas as colônias de Viana, no Espírito Santo e de Leopoldina, na Bahia.
Desde o início, a Corte brasileira teve o interesse em integrar esta nova colônia em seu vasto território. Diversas foram as legislações que versaram sobre a instalação dos colonos, indicando a doação de subsídios, terras para plantio e animais. A ideia era que o local se desenvolvesse economicamente, principalmente na produção de gêneros alimentícios para consumo interno. Como parte desse objetivo, D. João achou essencial manter as comunicações entre o Morro Queimado e o Rio de Janeiro. Para isso, por meio de decisão de 24 de janeiro de 1820, foi inaugurada uma Administração de correio no local, que seria responsável por levar e receber as cartas da capital. Com o tempo, sobretudo porque buscavam trabalho em terras mais férteis, muitos destes primeiros colonos deixaram Nova Friburgo e ocuparam regiões vizinhas, como Macaé e Cantagalo.
Nesse contexto de incentivo à colonização, os primeiros representantes oficiais da Suíça iniciaram seu trabalho no Rio de Janeiro em meados de 1820. Essa foi a primeira presença oficial do país no continente latino americano. Muitos anos mais tarde, em 1958, a representação ganhou status de embaixada e posteriormente, em 1972, foi transferida do Rio de Janeiro para a nova capital do Brasil, Brasília.