Maior jazida de sal-gema da América Latina fica no Brasil e nunca foi explorada

Local foi descoberto pela Petrobras na década de 1970

Foto: Tawatchai/Freepik

O estado brasileiro do Espírito Santo concentra a maior jazida de sal-gema da América Latina. Ela foi descoberta pela Petrobras na década de 1970, quando a empresa fazia perfurações em busca de petróleo. 

Mesmo já tendo sido leiloada, a jazida nunca foi explorada. Conforme comunicado da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, são 11 áreas, que somam 12 bilhões de toneladas, localizadas nos municípios de Conceição da Barra, Ecoporanga e Vila Pavão.

Sal-gema é o cloreto de sódio, acompanhado de cloreto de potássio e de cloreto de magnésio, que ocorre em jazidas na superfície terrestre. Essas substâncias podem ser usadas em diversas finalidades industriais, como vidro, papel e celulose.

Caso Braskem é um alerta

Com o colapso das minas da Braskem em Maceió, no final de 2023, chamaram a atenção do país sobre os riscos da extração do sal-gema.

A professora de geologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e pesquisadora Luiza Bricall explicou, em entrevista ao portal Terra, que a extração de sal-gema pode gerar diversos impactos, como “processo de subsidência [afundamento], tornando o terreno instável e ocasionando, dentre outras coisas: pequenos tremores no local; descida vertical do terreno; e desequilíbrio dinâmico de variáveis físico-geográficas da área, por exemplo, mudança nos cursos e corpos d’água e até movimentos de massa (deslizamentos, desmoronamentos)”.

Os principais fatores que podem ocasionar o afundamento de terrenos em áreas de extração de sal-gema, a exemplo do que ocorreu em Maceió, são:

Bricall ressalta que, além do impacto ambiental, há o aspecto humano. Como aconteceu na capital alagoana, a população dos bairros próximos às minas da Braskem teve casas e estabelecimentos danificados, além de ter sido obrigada a sair da área. 

A pesquisadora reforça que, quando se fala em extrações de recursos naturais, é essencial considerar os potenciais impactos dessas atividades: “Deve-se pensar sempre que a natureza não é matemática e ela tem uma dinâmica natural que deve ser respeitada. Quando se trata de extrações de recursos naturais deve-se pensar sempre nos impactos que a extração pode ocasionar”.

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