Coluna: Diplomata e poeta indiano Abhay K. dedica poema á cidade de Brasília-

Brasilia

‘Between parallels 15 and 20,
around a lake which shall be formed;
A great civilization will thrive,
and that will be the Promised Land.’
— Don Bosco

Brasilia is mostly white
Brasilia is red laterite
Brasilia is diaphanous gossamer filled with light

Brasilia is a string of shining pearls at night
Brasilia is an exotic Turkish delight
Brasilia is a coiled serpent ready to bite

Brasilia is a village passing as a city
Brasilia is an expression in supernatural geometry
Brasilia is Italo Calvino’s invisible city

Brasilia is a prophecy of Don (Bosco)
Brasilia is a poem carved in stone
Brasilia is a song of Carlos Drummond (de Andrade)

Brasilia is a diamond in the crown
Brasilia is a giant airplane on the ground
Brasilia is an Amauri village drowned

Brasilia is Clarice Lispector sleep-walking on water
Brasilia is black Acai palm dissert
Brasilia is perfection in brick and mortar

Brasilia is a piece of space cake
Brasilia is a fantasy island in the lake
Brasilia is a Dominican night shake

Brasilia is the last utopia
Brasilia is Sylvia Plath’s dystopia
Brasilia is a landscape ectopia

Brasilia is an oasis of migratory birds
Brasilia is an oracle’s prophetic words
Brasilia is a page from Harry Potter

Brasilia is a shifting mirage in the desert
Brasilia is a vision gone pale, blurred
Brasilia is a nail yet to be hammered.

 

 

Brasilia
Abhay K.

 

Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai largo que partiva di un punto che formava un lago. (.. mezzo a questi monti di quel seno apparirà qui la terra promessa fluente latte e miele, sarà una ricchezza inconcepibilie. (Dom Bosco, Memorie Biografiche, XVI, 385-394)

 

Brasília é bastante branca

Brasília é terra rubra em manta

Brasília é o diáfano véu sobre a luz que abrilhanta

 

Brasília é um colar de pérolas que à noite encanta

Brasília é um manjar turco exótico que me levanta

Brasília é uma cobra prestes a devorar sua janta

 

Brasília é um vilarejo se passando por cidade

Brasília é uma expressão na geometria da felicidade

Brasília é a cidade invisível de Ítalo Calvino em tenra idade

 

Brasília é uma profecia de um certo Dom

Brasília é um poema inscrito em pedra, e bom

Brasília é a canção de Carlos Drummond

 

Brasília é o diamante na coroa

Brasília é um avião imenso que não voa

Brasília é uma vila de Amauri submersa à toa

Brasília é a Clarice Lispector sonâmbula sobre a água

Brasília é o açaí na sobremesa negra, árdua

Brasília é a perfeição do tijolo e da argamassa na frágua.

 

Brasília é um pedaço de torta espacial

Brasília é uma ilha de fantasia num lago irreal

Brasília é uma noite dominicana frugal

 

Brasília é a última utopia

Brasília é para a Sylvia Plath uma distopia

Brasília é uma paisagem de ectopia
Brasília é um oásis de pássaros migratórios

Brasília é o oráculo de vocábulos premonitórios

Brasília é uma página de um livro obrigatório
Brasília é uma miragem instável no deserto

Brasília é uma visão pálida de um ponto incerto

Brasília é um portal que ainda será aberto.

 

(Tradução: Ana Paula Arendt).

Abhay K.

Is the author of The Seduction Of Delhi, and the editor of CAPITALSan anthology of poems on 185 capital cities of the world, both published by Bloomsbury. He has been honoured with the SAARC Literary Award 2013 for his contribution to contemporary South Asian Poetry and nominated for the Pushcart Prize 2013. He featured in Forbes India’s Celebrity Authors list 2014. He received a certificate in poetry writing from the International Writing Program, The University of Iowa in 2015 and is a featured writer in its Silk Routes Project.

 

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