Encontro apontou caminhos para cuidar do clima

Em ciclo de palestras, embaixador do Azerbaijão e o cineasta David Schurmann  alertam para aquecimento global, poluição e para os temas em discussão na COP29, que será em Baku, capital do país.

O embaixador do Azerbaijão no Brasil, Rashad Novruz, e o cineasta David Schurmann colocaram a agenda do clima e a preservação do meio ambiente como urgentes e fundamentais para se definir como será a vida no planeta Terra nos próximos anos. Os dois apresentaram palestras em mais uma série do ciclo de encontros CCAB Conecta nesta quarta-feira (18), na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo.

Entre 11 e 22 de novembro deste ano, a atenção do mundo estará em Baku, a capital do Azerbaijão, um grande produtor de petróleo com 10 milhões de habitantes. O país será sede da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP29.

“Será uma grande oportunidade de nos transformar. Temos estratégia de diversificação [das fontes de energia] para além do petróleo. Estamos investindo em infraestrutura, educação, turismo. Mas a agenda do mundo nos coloca desafios”, disse Novruz sobre os desafios do meio ambiente.

Nos últimos dias da COP28, realizada entre novembro e dezembro de 2023 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Azerbaijão foi anunciado como sede da COP29. A COP 30, em 2025, já tinha sede escolhida: Belém, capital do Pará, no Brasil, mas a COP29 ainda não tinha um lar. O Azerbaijão, além de concorrentes europeus, se candidatou e venceu a disputa para ser o palco das discussões climáticas.

A pauta desta COP29, disse Novruz, deverá se concentrar sobre os consensos e as formas de financiamento para ajudar países em desenvolvimento a combater as mudanças climáticas. Ele lembrou, contudo, que há um caminho longo a percorrer para preservar o meio ambiente. Novruz disse também que Azerbaijão, Emirados e Brasil compõem a troika, grupo criado pelos três países para incentivar a cooperação internacional a buscar a meta de conter o aquecimento global a 1,5ºC. Discussões que começaram em Dubai deverão prosseguir em Baku e em Belém, disse o diplomata, para que se solucionem desafios em busca de um clima menos severo para as próximas gerações.

Cinema – O cineasta Schurmann, em sua apresentação, tratou de temas relacionados ao meio ambiente, à liderança e ao trabalho em equipe no painel “Pós-olimpíadas – esporte, sustentabilidade e negócios”. David é cineasta, diretor dos filmes “Pequeno segredo” (2016) e “Meu amigo pinguim” (2024), entre outras produções. Passou grande parte da vida em alto-mar, navegando com os pais, irmãos e tripulantes e dividiu suas experiências a bordo de um veleiro e os desafios climáticos que a humanidade precisa resolver para que continue a existir planeta Terra.

“Quero morar aqui, este planeta é maravilhoso e estamos todos juntos”, disse, em referência aos problemas já colocados pelas mudanças climáticas. Há cerca de três anos, a família criou a iniciativa Voz dos oceanos, que promove a conscientização para a preservação ambiental, sobretudo dos oceanos, além de desenvolver pesquisas em parcerias com universidades. Combater o desperdício incorreto de lixo é fundamental para preservar a “Amazônia Azul”, ou seja, os oceanos. A Voz dos Oceanos trabalha com um foco maiorno lixo plástico que contamina os oceanos e a vida marinha.

“Existe um ponto no planeta Terra, chamado de ponto Nemo [também chamado de polo da inacessibilidade do Pacífico], que é local mais distante da presença humana no nosso planeta. A última vez que passamos por ali [velejando] foi desesperadora. Vimos sacos de lixo, lixo procedente da ação humana. Decidimos, então, que deveríamos dar algo de volta ao oceano”, diz sobre a localização no sul do Oceano Pacífico. Os pais de David, Vilfredo e Heloísa Schurmann, começaram velejar com os filhos em abril de 1984. Desde então realizaram diversas voltas ao redor do mundo, produziram conteúdo cinematográfico e foram tema de séries na televisão.

Schurmann também compartilhou algumas experiências e exemplos de liderança que a vida isolada a bordo de um barco proporciona. Entre os aprendizados que valem tanto para alto-mar como para terra firme, citou, estão criar e seguir processos; liderança e tripulação unidas para que se solucionem problemas do dia a dia; confiar na liderança, ao mesmo tempo que a liderança também precisa dividir suas informações com os subordinados; ter atitudes diante das oportunidades e ter comprometimento e resiliência diante de dificuldades.

Fonte: ANBA

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