Preço e qualidade levam Brasil a mercado islâmico

Empresas árabes que participam de Projeto Comprador na capital paulista destacam competitividade dos alimentos brasileiros. Capacidade de produção e exportação halal é diferencial.

Representantes de empresas de países islâmicos que nesta semana participam do Projeto Comprador do Projeto Halal do Brasil afirmam que os produtos brasileiros são competitivos em seus mercados porque entregam qualidade a preços “econômicos” ao mesmo tempo em que são halal, ou seja, atendem às regras do Islã. Nesta semana, nove importadores de bebidas e alimentos de nações muçulmanas participam do Projeto Comprador.

O Projeto Halal do Brasil é uma parceria entre a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Dentro da programação desta semana, estão previstos três dias de rodadas de negócios com empresas convidadas pelo Projeto Halal, seminários e visitas aos estados de Minas Gerais, Paraná e Goiás. Os seminários e a rodada de negócios são realizados até quarta-feira (7) na sede da Câmara Árabe. De quinta a sexta, os compradores internacionais serão divididos em grupos que visitarão os três estados brasileiros antes de um encontro final em Foz do Iguaçu, no Paraná, no sábado (10).

Mohammed Amzal (à dir.): expectativa de ampliar relação comercial com empresas brasileiras

Gerente de Compras de Bens de Consumo da rede de varejo Choithrams, Pankaj Sajnani, afirmou à ANBA que sua empresa procura produtos industrializados, principalmente snacks, massas e congelados.

“O Brasil tem qualidade e preços competitivos, mas nossa preocupação é a distância até Dubai [nos Emirados Árabes Unidos], muito grande”, disse Sajnani. Ele afirmou que a empresa pretende importar pequenas quantidades e ampliar as encomendas à medida que os negócios prosperarem. Importação aérea está descartada, disse Sajnani, em razão do custo. Além disso, observou, é essencial que os produtos sejam halal, pois sua documentação é remetida às autoridades de Dubai e esta é também uma exigência dos consumidores. A Choithrams tem 54 unidades em Dubai, além de lojas e centro de distribuição no Catar e distribuição de produtos em Omã.

Varejista islâmico quer mais alimentos do Brasil

O gerente de Food Service da Harvest International Trading, Mohammed Amzal, afirmou que a empresa já importa frangos inteiros, carne e peitos de frango do Brasil. Agora, no Projeto Comprador, a empresa procura outros produtos, como mel e café. “Se obtivermos algumas amostras de café, pudermos prová-las e forem saborosas, poderemos comprar. Não nos importa a origem do produto, se forem de bom preço e boa qualidade”, disse.

A sede da empresa fica em Doha, no Catar, onde a Harverst atua no varejo com marca própria ou terceirizada em diversos tamanhos e formatos de embalagens. A companhia, disse Amzal, importa do Brasil, em média, 20 contêineres por ano de peito de frango e 30 de carne de frango processada.

Encontros B2B reuniram empresários de países muçulmanos e do Brasil

Presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Osmar Chohfi afirmou que o Projeto Comprador é oportunidade de aproximar empresas árabes para fazerem negócios. “O Projeto Halal com a ApexBrasil é estratégico para a CCAB porque busca capacitar os exportadores para o mundo árabe e islâmico atendendo às características dos produtos halal”, disse, lembrando que em 2023 o Brasil exportou US$ 23 bilhões em produtos alimentícios ao mundo islâmico.

Chohfi lembrou ainda que esta é uma oportunidade para que pequenas e médias empresas que exportam alcancem o mundo islâmico. Ele também observou que o Projeto Comprador é uma oportunidade para importadores verem o Brasil como um grande parceiro no fornecimento de produtos halal e para que empresas brasileiras vejam nos países islâmicos um mercado em potencial.

Fonte: ANBA

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