Quadradinho ocupa o segundo lugar como a capital com maior qualidade do meio ambiente e primeiro lugar pelo acesso à saúde e bem-estar, e respeito às liberdades individuais; compromisso do GDF é tornar a capital cada vez mais turística
Brasília, conhecida pelas principais decisões políticas do país e seus traços arquitetônicos, chama a atenção por outras questões. Uma delas é a das belezas naturais. Arborizada em seus quatro cantos, Brasília ocupa o segundo lugar como a capital com maior qualidade do meio ambiente, ficando atrás apenas de Curitiba, de acordo com o Índice de Progresso Social Brasil 2024 (IPS Brasil). O posto leva em consideração municípios que tenham áreas verdes urbanas.
É no Quadradinho onde o educador físico Thiago da Costa, de 44 anos, desfruta, nos horários de folga, dos parques urbanos, que foram regulamentados pela Lei Complementar nº 961, de 2019. Natural do Mato Grosso do Sul e morador de São Paulo, ele vem a Brasília para estudar e se profissionalizar na área em que já atua. Há quase duas décadas ele define a relação que tem com a capital em uma metáfora: “Se Brasília fosse uma árvore, a capital seria as flores e as folhas da minha vida”.
“A gente tem que engrandecer aquilo que conseguimos fazer ao longo dos anos, fazendo com que Brasília fosse, além da capital da República, a cidade com melhor qualidade de vida para se viver dentro das capitais do Brasil. É a segunda cidade mais segura do Brasil. Isso tudo faz com que Brasília possa ser um grande centro turístico, um grande centro de eventos”
Governador Ibaneis Rocha
No Cerrado, de forma mais especial no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, Thiago encontra a horizontalidade e visão periférica que o renovam para enfrentar, diariamente, a selva de pedra paulista. “O modelo da cidade é muito diferente. O estilo, a ideia maior de amplitude. Eu sou apaixonado por Brasília. É o que sinto. Brasília é um respiro”, narra Thiago.
O DF conta com 16 áreas urbanas protegidas com potencial de contemplação, uso público para o lazer, prática de esportes, recreação em contato harmônico com a natureza, desenvolvimento de manifestações e atividades culturais, educacionais, de socialização e convívio das comunidades.
Esses espaços contam com mais de 80 espécies de flores, mais de 300 de arbustos, de plantas de sombra e palmeiras, além de mais de 200 tipos de árvores – em que 60% são provenientes do Cerrado. Tanta variedade rendeu ao Quadradinho o título de cidade-parque. E não é para menos: existem 5,5 milhões de árvores em todo o DF, sendo que 1,5 milhão estão no Plano Piloto. Há ainda 186 milhões de metros quadrados de grama e 650 jardins em áreas públicas e oficiais.
Arquitetura que também é casa
A arquitetura diferenciada da capital também é outro fator que mexe com quem visita Brasília. A emoção de quem veio para o Quadradinho há 13 anos pode até ser a mesma hoje em dia; a intensidade, no entanto, mudou. Ou melhor, aumentou. A ligação que Robson Del Casale tem com a capital federal é o que ele define como uma verdadeira história de amor. Nascido em São Paulo, o jornalista e gerente executivo de 42 anos mora em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. É no Distrito Federal, porém, que ele se sente à vontade. Todo mês, ele vem à capital a trabalho.
“Em Brasília me sinto em casa. A primeira vez que pisei na capital fiquei deslumbrado. Era algo que só se via pela televisão – o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional. Transitar entre os prédios da Esplanada dos Ministérios foi emocionante”, relata Robson.
Patrimônio tombado
Primeiro conjunto urbano do século XX a ser reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1987, o conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília é parte de um projeto nacional de modernização do país, conduzido pelo então presidente Juscelino Kubitschek. A capital brasileira foi inscrita no Livro do Tombo Histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1990.
Todo esse reconhecimento também faz com que o DF seja o único local no Brasil a ocupar um lugar no ranking do jornal americano The New York Times, que lista os 52 melhores destinos turísticos para conhecer em 2024. O principal atrativo é a arquitetura. Nesse sentido, o Governo do Distrito Federal (GDF) tem se dedicado a tornar Brasília uma cidade cada vez mais turística.
“A gente tem que engrandecer aquilo que conseguimos fazer ao longo dos anos, fazendo com que Brasília fosse, além da capital da República, a cidade com melhor qualidade de vida para se viver dentro das capitais do Brasil. É a segunda cidade mais segura do Brasil. Isso tudo faz com que Brasília possa ser um grande centro turístico, um grande centro de eventos”, ressalta o governador Ibaneis Rocha.
O secretário de Turismo, Cristiano Araújo, reforça essa ideia, pontuando que o turismo de Brasília tem movimentado a economia, aquecendo o comércio local e os mais diversos segmentos.
“Brasília tem recebido grandes shows nacionais e internacionais, eventos esportivos, congressos e feiras. Estamos colocando Brasília nas prateleiras internacionais, apresentando a cidade em eventos voltados para o turismo em diversos lugares do mundo. Tudo isso demonstra que Brasília está preparada para receber visitantes de todo o mundo, e vamos continuar trabalhando para que o turismo seja um grande propulsor para a economia”, diz
Reforçando a beleza do projeto urbanístico-arquitetônico do Quadradinho, Robson Del Casale lembra quando, em 2011, desembarcava no Distrito Federal pelo que seria a primeira de muitas vezes. O prédio que mais chamou a atenção do brasiliense de coração foi o Palácio do Itamaraty. O prédio encanta e impressiona pela imponência das quatro fachadas, pelas emblemáticas obras de arte e pelos jardins exuberantes.
“Foi muito impactante ter essa experiência. Ainda é. Cada vez que vou à Brasília, a paixão só aumenta. O carinho sempre vai existir, mas sempre vai estar em constante mudança. Cada vez mais, o carinho é maior.”
Além de jornalista e gerente executivo, Robson também trabalha junto à Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso do Sul (FIEMG). É por meio do trabalho que ele também consegue tirar proveito do turismo de negócios que Brasília oferece. A localização estratégica da capital, a infraestrutura bem desenvolvida – com centros de convenções, hotéis de alto padrão e outros serviços especializados – e suas conexões aéreas facilitam o acesso de pessoas de outras regiões do país e do exterior.
Ao encontro das asas
Outro caso de amor por Brasília envolve o alagoano Joás Suruagy, comprador de peças automotivas em Maceió. Aos 30 anos e com três irmãos morando aqui, ele pensa em, brevemente, se tornar o quarto integrante de sua família a vir para as asas da capital do país. A maior motivação é a qualidade de vida, reforçada pelo Índice de Progresso Social Brasil 2024.
O DF aparece em primeiro lugar como a capital com acesso à saúde e bem-estar, levando em consideração a expectativa de vida na região. Além disso, o Quadradinho também levou o primeiro lugar como a capital com maior respeito aos direitos das liberdades individuais da população, levando em conta o acesso à cultura, ao lazer e ao esporte.
Duas vezes no coração do Brasil foram suficientes para que o DF roubasse o coração de Joás. As vias amplas, as áreas verdes e as opções culturais são apenas algumas das opções que cativam o alagoano.
“As experiências em Brasília sempre são ótimas. A cidade sempre me recebe muito bem, seja por meio do verde, que é presente em todos os cantos, ou em opções mais turísticas, ao redor do Plano Piloto”, detalha.
“A qualidade de vida de Brasília é o que mais me chama atenção. Por isso trabalho a ideia de ir morar no DF. A estrutura, a organização dos lugares, dos setores. É tudo muito bonito, tudo me encanta”, complementa.