Itamaraty condena ataque a Rafah

O governo brasileiro condenou na noite desta segunda-feira 6 os ataques deflagrados por Israel contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Segundo o Itamaraty, trata-se de uma ação militar cujo objetivo é intensificar o conflito em área de alta concentração civil.

“O governo israelense mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos“, critica o Ministério das Relações Exteriores. “Tal operação pode, ademais, comprometer esforços de mediação e diálogo em curso.”

“O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.”

A mensagem do Itamaraty defende a interrupção imediata da violência, o engajamento em conversas pelo cessar-fogo e a libertação dos reféns. Também volta a pregar a solução de dois Estados para reduzir a tensão no Oriente Médio.

Nesta segunda, o secretário-geral da ONU, António Guterres, também avaliou que uma invasão de Rafah seria “intolerável” e pediu ao governo israelense e ao Hamas “um esforço adicional” para alcançar uma trégua.

Mais cedo, o Hamas informou ter aceitado uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, horas depois de Israel, ordenar a evacuação do leste de Rafah.

Mesmo após o anúncio do grupo palestino, contudo, o exército israelense lançou intensos bombardeios contra a cidade, onde começou, pela manhã, “uma operação de alcance limitado para evacuar temporariamente os moradores da parte leste”.

O porta-voz militar Daniel Hagari reiterou o apelo para evacuar a área e declarou que nesta segunda “a aviação israelense atacou mais de 50 alvos terroristas na região de Rafah”.

A evacuação, que segundo um porta-voz militar abrangeu cerca de 100 mil pessoas, faz parte da “preparação de uma operação terrestre na área”, acrescentou Hagari.

 

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