Por Xi Pu
Este ano, China e Brasil, os maiores países em desenvolvimento respectivamente dos hemisférios leste e oeste e importantes representantes dos mercados emergentes, comemoram o cinquentenário do estabelecimento das suas relações diplomáticas.
Wang Yi, o membro do Birô Político do Partido Comunista da China e Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, acabou de visitar o Brasil nos dias 18 e 19. A visita contou com encontros de peso — Wang Yi foi recebido pelo Presidente Lula, Vice-Presidente Geraldo Alckmin e Assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente Celso Amorim, e copresidiu a IV Reunião do Diálogo Estratégico Global China-Brasil com o Ministro das Relações Exteriores Brasileiro Mauro Vieira. Ambos os lados enfatizaram o compromisso de trabalhar juntos para ter mais uma edição de “50 anos dourados” para as relações China-Brasil.
O Ministro Wang Yi tem o Brasil como uma importante parada da sua primeira visita ao exterior no novo ano. O Presidente Lula abriu espaço na sua agenda no Nordeste, e o Ministro Mauro Vieira embarcou para uma visita ao exterior só à noite, para garantir o tempo suficiente para os encontros com o seu homólogo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China e o Itamaraty do Brasil divulgaram na primeira hora informações sobre a visita nos sítios oficiais e mídia social. A imprensa brasileira e a imprensa chinesa acompanharam a visita de perto, fazendo cobertura atualizada sobre os temas diversificados das relações China-Brasil. Ainda há mais episódios como esses. Todos eles nos relatam como ambos os lados valorizam o relacionamento entre si, e nos dão esperança e confiança por uma Parceria Estratégica Global China-Brasil que alcance novos patamares, novos vigores e novas perspectivas.
Consensos Alcançados Durante a Visita
Consolidar ainda mais a confiança mútua política. A Parceria Estratégica Global China-Brasil sempre se desenvolve em um alto nível desde o seu estabelecimento há 12 anos. Os dois países gozam de alta confiança mútua política e compreensão e apoio mútuos nos assuntos que dizem respeito aos interesses fundamentais e grandes preocupações de cada um. Vale ressaltar que a parte brasileira salientou o apoio firme ao princípio de Uma Só China em várias ocasiões durante a visita. O Presidente Lula reafirmou o reconhecimento brasileiro da existência da “uma só China” desde o estabelecimento das relações diplomáticas Brasil-China e para os futuros dias. Este apoio inequívoco reflete mais uma vez o alto nível das relações China-Brasil.
Discutir a sinergia entre as estratégias de desenvolvimento. Os dois países concordaram em dar apoio mútuo ao caminho à modernização que cada um escolheu conforme as próprias realidades. Discutiram a sinergia estratégica entre a Iniciativa Cinturão e Rota e planos brasileiros como a reindustrialização do país e o novo PAC. Decidiram aprofundar a cooperação em setores tradicionais e ampliar a cooperação em setores emergentes. Tudo isso dá razão para acreditar que, com a orientação estratégica e os empenhos concretos e detalhados, a cooperação mutuamente benéfica entre os dois países terá maior escala, maior amplitude, maior velocidade e melhor qualidade, trazendo mais ímpetos ao desenvolvimento dos dois países e mais benefícios aos dois povos.
Facilitar o fluxo das pessoas. No contexto da visita, China e Brasil assinaram o acordo sobre vistos de dez anos, múltiplas entradas por motivo de negócio, turismo e visita, com objetivo de facilitar visitas mútuas. Diz um ditado antigo chinês, que a amizade entre os países reside na aproximação entre os seus povos. Quanto mais facilitadas as visitas e mais ativo o intercâmbio em cultura, educação, turismo, esporte, serão mais aprofundadas a compreensão e a amizade entre os chineses e os brasileiros, bem como será mais consolidada a base popular das relações amistosas China-Brasil.
Promover a colaboração multilateral. Ambos os lados coincidiram na importância estratégica e projeção global das relações China-Brasil. Decidiram reforçar ainda mais comunicação e colaboração para salvaguardar os interesses comuns dos países em desenvolvimento e contribuir para ter uma multipolarização mundial equitativa e ordenada e uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva. Afirmaram o compromisso com a formação de uma comunidade com futuro compartilhado China-Brasil e uma comunidade com futuro compartilhado China-América Latina e Caribe. Estes consensos demonstram que, a China e o Brasil são dois grandes países responsáveis que têm desejo de promover a formação de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade, a fim de contribuir mais para a paz, a prosperidade e o desenvolvimento regional e mundial.
As relações China-Brasil registraram frutíferos resultados nos últimos 50 anos dourados, e com esforços constantes das duas partes, elas alcançarão, sem dúvida nenhuma, maiores conquistas nos próximos 50 anos dourados.
(O autor é um observador de assuntos internacionais em Beijing)