A embaixadora do Reino Unido, Stephanie Al-Qaq, anunciou neste sábado (2), que o país doará £35 milhões (cerca de R$ 215 milhões) ao Fundo Amazônia. Com isso, A contribuição do Reino Unidos ao Fundo totaliza agora mais de R$ 700 milhões.
Durante a COP 28, em Dubai, foi assinado um contrato com o BNDES que permite o repasse dos £80 milhões (cerca de R$ 500 milhões), cumprindo com o comprometimento feito pelo primeiro-ministro britânico ao presidente Lula durante sua última visita ao Reino Unido, em razão da coroação do Rei Charles III.
Anúncio: O Reino Unido apoia a visão do Brasil para as florestas e o desenvolvimento das comunidades que a protegem, por isso anunciamos hoje, na #COP28, novo apoio financeiro de £35 milhões ao Fundo Amazônia.
A contribuição do 🇬🇧 ao Fundo totaliza agora mais de R$ 700 milhões pic.twitter.com/JlBIiP6yBk
— Stephanie Al-Qaq (@salqaq) December 2, 2023
A ministra britânica para segurança energética e net zero, Claire Coutinho, reuniu-se com ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva e o presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.
“Estou entusiasmada não apenas por podermos formalizar essa contribuição, mas também anunciarmos mais £35 milhões para o Fundo, para reconhecer e ajudar a apoiar a visão do Brasil para as florestas e as pessoas que a protegem”, disse Coutinho.
Além do Fundo Amazônia, serão feitos uma série de anúncios durante a COP 28 para fortalecer a implementação da Parceria Brasil-Reino Unido para o Crescimento Verde e Inclusivo, lançada oficialmente em maio desse ano, durante a visita do ministro das relações exteriores britânico ao Brasil. A parceria visa intensificar a cooperação entre os dois países nos temas de transição climática; florestas e biodiversidade; agricultura sustentável; energia e descarbonização da indústria; e mobilização de finanças verdes.
Serão anunciados em Dubai nove novos projetos do programa UK PACT no Brasil, em um valor total £6 milhões, para apoiar planos de mobilização de investimentos, incluindo créditos verdes para pequenos agricultores, desenvolvimento da bioeconomia e do Plano de Transição Ecológica brasileiro.
A ministra britânica também se encontrou com o ministro de minas e energia, Alexandre Silveira, e com o secretário de economia verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Rollemberg, para lançar o Hub de Hidrogênio e o Hub de Descarbonização da Indústria. O objetivo dos projetos é apoiar a implementação do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) e o Plano de Neo-industrialização por meio de um acesso coordenado, holístico e facilitado à oferta internacional de assistência técnica e financeira.
No momento em que o Brasil assume a presidência do G20 e se prepara para a COP30 em Belém, os hubs servem como espaço onde Brasil e Reino Unido podem criar novas formas de acesso aos fundos internacionais, dando concretude às discussões sobre a reforma do sistema financeiro internacional.
Além disso, foi anunciada a bem-sucedida conclusão da primeira fase do projeto científico AmazonFACE, principal cooperação científica entre o Reino Unido e o Brasil. O projeto é um programa científico do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) com apoio do serviço meteorológico britânico, Met Office. O Reino Unido é o segundo maior parceiro do Brasil na área de pesquisa científica.
Em virtude do anúncio da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla e inglês) sobre a presidência do Brasil na COP30, os países discutirão um possível Diálogo COP26-COP30, de Glasgow a Belém. A iniciativa busca compartilhar experiências sobre sediar uma COP e explorar oportunidades de apoio político às prioridades da presidência Brasileira em um momento crucial para o regime climático.
Todos esses esforços fazem parte de um processo de fortalecimento de laços entre os dois países: entre governos em áreas como mercados de carbono e governança climática, entre instituições de pesquisa e entre nossas empresas e investidores em áreas como energia, bioeconomia e agricultura”, afirmou Claire Coutinho. “Espero que nossa parceria continue a dar resultados e a crescer, com base no respeito, no diálogo, no equilíbrio e nos interesses comuns, ao mesmo tempo em que proporciona benefícios para nossos povos e nos faz avançar rumo à economia do futuro”, completou.
Com informações de Embaixada do Reino Unido