A 28ª sessão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) inicia nesta quinta-feira, 30 de novembro, e vai até 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Esta edição que conta com a participação de cerca de 70.000 pessoas, vindas de todo o mundo. A ONU faz um veemente apelo a todos os intervenientes para acelerar a ação colectiva sobre o clima. A conferência acontece no que já é conhecido como o ano mais quente registado na história humana, enquanto os impactos da crise climática causam estragos sem precedentes em todo o mundo.
Simon Stiell, Secretário Executivo das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, pede que “a COP 28 não seja apenas uma oportunidade para fotografias” e apela a “um acordo que faça realmente a diferença”.
As Nações Unidas têm insistido na necessidade de adoção imediata de “medidas urgentes” para impedir um maior aquecimento global, quando o planeta caminha para os 2,9ºC de aquecimento.
Para impedir um aumento de 3°C das temperaturas no final do século, todos os países terão de reduzir emissões muito para além das promessas atuais, cortando 42% das emissões até 2030 se quiserem não ultrapassar os 1,5°C, uma meta assumida em 2015 no Acordo de Paris (COP 21) sobre redução de emissões, indica um relatório da ONU.
Na agenda da COP 28 estão temas como o financiamento dos diferentes fundos de ajuda, a consolidação do fundo por perdas e danos, além da transição energética. A maior conferência do clima da história deve dar ênfase à necessidade de descarbonização. A queima de combustíveis fósseis responde por 75% da crise climática global.
Outro ponto importante desta COP é o primeiro ciclo do Balanço Global ou Global Stocktake (GST), um mecanismo essencial para avaliar como o mundo está avançando em relação aos objetivos do Acordo de Paris e catalisar ações transformadoras. O processo do GST, realizado a cada cinco anos, examina o progresso coletivo em áreas como mitigação, adaptação e perdas e danos, além dos meios de implementação e suporte, sempre embasado na melhor ciência disponível.
Participação do Brasil
O Brasil está presente na COP28 com uma comitiva recorde. Além do presidente Lula, devem participar 12 ministros, incluindo Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas.
Um dos temas prioritários para Lula, que chega amanhã para a COP28, será apresentar os dados da redução do desmatamento no último ano e propor novas medidas para preservação ambiental.
O presidente deseja consolidar o Brasil como referência de boas práticas para o meio ambiente. Além disso, o Brasil sediará a COP30, em 2025, na cidade de Belém. Trazer a conferência para solo brasileiro foi ideia do próprio Lula.