Mostra Internacional de Cinema tem filmes de temas árabes

Tunísia, Palestina, Iraque, Síria, Sudão, Líbano e Catar são os países árabes envolvidos nesses títulos. Outros três filmes são coproduções do Catar, país árabe que vem se tornando um dos maiores investidores em produções internacionais. Mostra fica em cartaz até 02 de novembro.

Divulgação/Nezouh

Bruna Garcia Fonseca

São Paulo – Teve início nesta quinta-feira (20) a 46ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, este ano em formato majoritariamente presencial. Ao longo de duas semanas serão exibidos 223 títulos de 60 países em salas de cinema e espaços abertos da capital paulista. Dez títulos poderão ser vistos pela plataforma Sesc Digital e sete pela Spcine Play, com acesso gratuito. A mostra vai até 02 de novembro.

Dos mais de duzentos filmes, cinco apresentam temática árabe este ano. Outros três são coproduções com o Catar, país árabe que vem se tornando um dos maiores investidores em produções internacionais. A mostra está dividida entre as seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores e Mostra Brasil.

Os títulos com temas árabes são o tunisiano Harka; o sírio Nezouh; o sudanês A Barragem; o palestino Febre do Mediterrâneo, e de diretora iraquinana, SonneNa foto acima, cena de Nezouh.

As coproduções que envolvem o Catar são o japonês Plano 75 (Japão, França, Filipinas, Catar); o costarriquenho Domingo e a Neblina (Costa Rica, Catar); e o iraniano Até Amanhã (Irã, França, Catar). Até Sexta, Robinson (França, Suíça, Irã, Líbano) é outro título iraniano com coprodução de um país árabe, o Líbano.

Acompanhe abaixo as informações e sinopses dos títulos de temas árabes, bem como alguns trailers. A programação completa está no site da mostra.

– Nezouh (Reino Unido, Síria, França, Catar; 2022; Ficção; 103 min.) Direção da síria Soudade Kaadan. Está na seção Perspectiva Internacional da mostra.

Zeina, uma garota de 14 anos, e sua família são os últimos a permanecer na cidade sitiada de Damasco, na Síria. Um míssil abre um enorme buraco na casa deles, expondo-os ao mundo exterior. Quando uma corda misteriosamente surge através desse buraco, Zeina experimenta pela primeira vez a sensação de liberdade, e um mundo inimaginável de possibilidades se abre para ela. À medida que a violência do lado de fora aumenta, a família se vê pressionada a ir embora, mas Mutaz, o pai, insiste em que eles fiquem, recusando-se a fugir para a vida incerta de refugiados. Diante desse dilema entre vida ou morte, Zeina e sua mãe precisam escolher entre ficar ou abandonar a cidade.

O filme foi vencedor do Prêmio do Público da seção Horizontes Extra do Festival de Veneza.

– A Barragem (França, Sudão, Líbano, Alemanha, Sérvia; 2022; Ficção; 80 Min.) Direção do libanês Ali Cherri. Está na Competição Novos Diretores da mostra.

Sudão, perto da Barragem de Merowe. Maher trabalha em uma olaria tradicional alimentada pelas águas do Nilo. Todas as noites, ele percorre secretamente o deserto para erguer uma misteriosa construção feita de barro. Enquanto o povo sudanês se movimenta para reivindicar sua liberdade, a criação de Maher começa a ganhar vida própria.

– Harka (França, Luxemburgo, Tunísia, Bélgica; 2022; Ficção; 90 min.) Direção do estadunidense de origem egípcia Lotfy Nathan. Participa da Competição Novos Diretores.

Ali é um jovem tunisiano que sonha com uma vida melhor e que sobrevive precariamente através do contrabando de gasolina no mercado negro. Com a morte súbita de seu pai, ele é obrigado a cuidar sozinho das duas irmãs menores e impedir que sejam despejados de casa. Começa então uma luta pela dignidade e a voz de uma geração que tenta ser ouvida. Ganhou prêmio de melhor atuação para Adam Bessa na seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

– Febre do Mediterrâneo (Palestina, Alemanha, França, Chipre, Catar; 2022; Ficção; 108 min.) Direção da palestina Maha Haj. Participa da Competição Novos Diretores da mostra.

Waleed tem 40 anos e vive em Haifa, Israel, com sua esposa e filhos, e sonha em investir na carreira literária enquanto luta contra uma depressão crônica. Ele desenvolve um relacionamento próximo com seu vizinho, um trambiqueiro, com objetivos secretos a longo prazo. Esses planos se transformam em uma amizade inesperada entre os dois, e os conduz a uma jornada de encontros sombrios. A comédia foi vencedora do Prêmio de Melhor Roteiro na seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

– Sonne (Áustria, 2022, Ficção, 88 min.) Direção da iraquiana Kurdwin Ayub. Participa da Competição Novos Diretores.

Três adolescentes de Viena dançam usando hijab e cantam uma música pop. Um vídeo do YouTube as torna famosas do dia para a noite, especialmente entre os muçulmanos de etnia curda. Yesmin, a única das amigas que é de fato curda, começa a se distanciar cada vez mais de sua cultura. Nati e Bella, por sua vez, parecem fascinadas por um mundo que lhes é estranho. Quando as meninas conhecem dois jovens patriotas curdos, essa situação começa a se complicar nessa narrativa sobre jovens presos entre as redes sociais e a autodescoberta. É a história de uma jovem rebelde. O filme ganhou o prêmio de melhor primeiro longa-metragem no Festival de Berlim.

O povo curdo é um grupo étnico que se considera nativo de uma região do Oriente Médio que abrange parte dos territórios do Irã, Iraque, Síria e Turquia. Há cerca de 25 milhões de curdos no mundo.

Sonne estará disponível para exibição na plataforma Spcine Play de 20 de outubro até 2 de novembro (ou até alcançar o limite de 800 visualizações).

Serviço

46ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
20 de outubro a 02 de novembro
Programação completa no site

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