Embaixada da Italia lança livro e exposição fotográfica que relembram sua história desde o começo no Rio de Janeiro até hoje em Brasília
Em 1972, a Embaixada da Itália deixou o antigo solar que ocupava desde 1919 no Rio de Janeiro, na Rua das Laranjeiras 154, e mudou-se para a nova capital, Brasília. O livro e a exposição fotográfica, lançados no dia 29 de agosto, querem oferecer uma viagem pela história fotográfica da sede, organizando e mostrando uma parte importante de sua memória histórica, com o intuito de preservá-la.
A história da Embaixada é a história de uma construção dentro da construção. Junto com a edificação de uma nova cidade, uma capital visionária e futurista, também ocorre a construção da sede projetada pelo grande engenheiro Pier Luigi Nervi. Um espaço de trabalho e representação que condensa em si o melhor da célebre tradição arquitetônica e da engenharia italiana, enquadrando-se harmoniosamente no desenho urbano e no estilo monumental de Brasília.
Tal “construção dentro da construção” e a relação arquitetônica, quase íntima, com a realidade ao seu redor, ao longo dos anos, tornam-se algo mais importante. Além dos aspetos materiais, a relação entre a nova capital e a Embaixada se intensifica. A sede, com todas as atividades a que dá vida, começa a fazer parte do mundo cultural, peculiar e evocativo de Brasília e assim estabelece relações com seus artistas, intelectuais, acadêmicos e jornalistas.
Testemunha desse desenvolvimento é o Correio Braziliense, atento observador e voz da Capital Federal, presente desde o lançamento da pedra fundamental da Embaixada, documentando cada passo de sua história até os dias de hoje. Seus artigos são parte fundamental do percurso contado no livro e na exposição.
O livro
Disponível gratuitamente em formato impresso para todos aqueles que visitarão a exposição e em formato digital no site da Embaixada da Itália em português, italiano e inglês, o livro busca enriquecer a reconstrução histórica e a memória da Embaixada da Itália no Brasil e em Brasília.
Das cenas festivas dos noticiários e dos diários da época, com o Presidente Juscelino Kubitschek entregando ao Presidente Giovanni Gronchi o lote – com placa comemorativa – sobre o qual seria construída a nova Embaixada, até as fotos dos acontecimentos mais recentes.
Folheando os jornais da época, foram achados anedotas, curiosidades, notícias, pequenos fatos e crônicas das colunas sociais. Os apaixonados e os estudiosos encontrarão imagens e momentos históricos conhecidos e menos conhecidos. A epopeia ao lado das histórias do dia a dia, os rostos dos trabalhadores junto com as tomadas que eternizam personagens e monumentos famosos. O cotidiano ao lado do oficial.
A exposição
A mostra articulada em um sinuoso percurso, é instalada em 22 cavaletes de cristal, construídos no modelo projetado pela famosa designer ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, na década de 1960, como expositores de importantes obras do Museu de Artes de São Paulo (MASP). Os cavaletes de Lina querem ser mais uma homenagem à história da Embaixada: suportes projetados por uma famosa artista italiana, amiga do engenheiro Pier Luigi Nervi que projetou esta Embaixada, são retângulos de vidro, apoiados em pequenos cubos de concreto. O material é símbolo do prédio e da capital, assim como as linhas geométricas utilizadas são simples e evocativas ao mesmo tempo.
A rica coleção de fotos que constituie a exposição pode contar tanto com arquivos históricos, quanto com modernas imagens, realizadas sob o olhar artístico de uma das mais conceituadas fotógrafas de arquitetura da cidade, Joana França.
A exposição fotográfica termina com os registros dos últimos eventos que caracterizaram a programação cultural desta Embaixada e como cereja do bolo, o último painel é dedicado ao grande artista contemporâneo Carlos Bracher que foi convidado a pintar a Embaixada no último mês de junho e cuja obra foi novamente eternizada na capa do novo livro. Além disso, outra joia reservada ao público, é a exibição de dois quadros originais, pintados pelo artista, em maio passado, juntamente com 80 alunos cegos, surdos e surdos-mudos da rede oficial de ensino, que representam duas datas referenciais para o Brasil: 62 anos da inauguração de Brasília e 200 anos da independência do Brasil. Uma oportunidade única de mergulhar na força da arte e nos mistérios da paixão emanadas da energia do artista Carlos Bracher, da saga da construção de Brasília e da eterna e fascinante Itália.
O último detalhe reservado pela Embaixada da Itália ao público brasiliense é a possibilidade de praticar a língua italiana: a exposição terá um QRCode que permitirá ao visitante ler todos os textos em italiano.