Portugal vai integrar Conselho Executivo da UNESCO até 2021
A 39º Conferência Geral da UNESCO começou a 30 de outubro e decorre até 14 de novembro em Paris
O Governo anunciou esta quarta-feira que Portugal foi eleito para o Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), com o mandato a prolongar-se até 2021. José Filipe Moraes Cabral, embaixador de Portugal em França, que lidera a Missão Permanente de Portugal junto da organização, refere que esta eleição simboliza “um reconhecimento e uma prova de confiança”.
Em comunicado enviado às redações pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), o Governo congratula-se com a eleição de Portugal para o Conselho Executivo da UNESCO para um mandato que será prolongado até 2021.
“Trata-se do culminar de uma intensa e bem-sucedida campanha da candidatura portuguesa para este lugar que envolveu ativamente toda a rede diplomática portuguesa, com destaque para a Missão Permanente de Portugal junto da UNESCO”, refere o documento. É a quarta vez que Portugal é eleito para esta posição de destaque. O país esteve neste órgão da UNESCO pela última vez entre 2005 e 2009.
O Governo destaca ainda que a eleição de Portugal “reflete o reconhecimento internacional da importância que o nosso país atribui ao multilateralismo, conforme ficou bem patente no trabalho aberto, transparente e inclusivo que Portugal desenvolveu durante o mandato que exerceu no Comité do Património Mundial da UNESCO”.
“Enquanto membro do Conselho Executivo da UNESCO, Portugal promoverá o diálogo e os princípios de respeito mútuo e de solidariedade entre as nações, o combate à desigualdade e à pobreza, procurando fortalecer a educação, o conhecimento científico e a diversidade cultural, instrumentos essenciais para o desenvolvimento sustentável”, refere o comunicado.
Nomeação contribui para “projeção”
No entender do Governo, a presença de Portugal neste órgão “constitui uma mais-valia para a projeção da imagem do país a nível internacional”, permitindo uma “capacidade de intervenção acrescida na comunidade internacional”.
O MNE refere ainda que a eleição de Portugal resultou de uma votação secreta na 39ª Conferência Geral da UNESCO, que começou a 30 de outubro e decorre até 14 de novembro, em Paris. Esta reunião tem também o propósito de escolher o novo diretor-geral da organização e adotar um novo orçamento e programa para os próximos dois anos.
É de relembrar que a atual diretora-geral, Irina Bokova e a própria UNESCO estão sob pressão após um conjunto de decisões polémicas que levaram Estados Unidos e Israel a anunciarem, em outubro, que tencionam abandonar a organização no decorrer do próximo ano.
Em declarações à agência Lusa, o embaixador José Filipe Moraes Cabral, que lidera a representação permanente de Portugal junto da UNESCO, considera que esta eleição “é um reconhecimento pelo compromisso sério e permanente de Portugal com os ideais, os valores e os objetivos perseguidos pela UNESCO, e depois é uma prova de confiança na capacidade também de Portugal zelar por estes objetivos, de uma maneira ainda mais expressiva, no Conselho Executivo”.
“Vamos trabalhar no sentido de uma maior eficácia, uma maior credibilização da UNESCO e, também, enfim, contribuir para uma maior transparência, uma maior responsabilização dos órgãos exigentes e uma maior participação de todos, contribuindo para uma maior coesão no seio da organização”, esclareceu José Filipe Moraes Cabral, que sublinhou ainda que esta eleição “é mais um elemento que contribui para a projeção” de Portugal e para a sua “capacidade de atuação a nível internacional”.
Fonte: Embaixada de Portugal e Reuters